30 de set. de 2011

Papo de Domingo - 27º Domingo Comum


“O REINO DE DEUS VOS SERÁ TIRADO...”


(Mt 21,43)

Olá amigos! Nas últimas semanas, temos escutado os discursos de Jesus a respeito da fundação do novo Israel, a Igreja. No 25º Domingo ele nos falou dos trabalhadores da vinha – os da primeira e da última hora: em sua Igreja, que deve ser germe do Reino, todos são convidados ao trabalho. Semana passada, o Senhor exortou os Anciãos e Sumos-Sacerdotes a respeito de sua pretensão em serem os donos da Lei, e corajosamente anunciou que os publicanos e as prostitutas disseram ‘sim’ por primeiro e entraram no Reino dos Céus: por isso, a Igreja é lugar para pessoas pecadoras, que confiam primeiramente na graça de Deus. Hoje, Jesus proclama que os Sumos-Sacerdotes e Anciãos do Povo roubaram o lugar de Deus no cuidado de sua Vinha.
Qual atitude deve assumir aquele que foi chamado ao cuidado da Vinha do Senhor, isto é a Igreja? Aqueles que têm cargos de liderança, como devem agir? Hoje, nosso Papo de Domingo trata deste assunto! Que o Senhor nos ajude e nos alimente com sua Palavra a fim de que sejamos dóceis a seus ensinamentos!
Tomaram o lugar de Deus...
O Profeta Isaías fala-nos de um momento extremamente difícil da história do Povo de Deus. Por volta do ano 725a.C. os reinos de Israel e Judá (que se haviam dividido dois séculos e meio antes, logo após a morte do Rei Salomão) eram ameaçados pelo poderoso Império Assírio. É neste período que Isaías profere o oráculo da primeira leitura. O profeta preocupava-se com o comportamento do povo de seu tempo, que tendia a crer mais nas alianças políticas do que no cuidado de Deus para com ele. Israel e Judá são comparados à vinha plantada, cercada, cuidada, mas que só produz frutos de injustiças e de destemor para com seu Deus. E isto só poderia resultar em desgraça. Deus era a segurança, não as alianças, os conchavos, a corrupção. E sem Deus para lhes dar garantia de vida, Israel e Judá ficavam desprotegidos. De fato, no ano 722a.C., os Assírios invadiram Israel e destruíram as 10 tribos aliadas, que nunca mais voltariam a se reunir. A esperança da Aliança permaneceu apenas com Judá. A vinha cuidada antes com tanto amor, foi devastada não como castigo, mas porque confiou apenas em si mesma, colocando-se no lugar de Deus, e escolheu a guerra à paz. Escolheu matar ao invés de defender a vida. “A vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e o povo de Judá, sua dileta plantação; eu esperava deles frutos de justiça — e eis a injustiça; esperava obras de bondade — e eis a iniquidade.” (Is 5,7).
Jesus, no Evangelho, retoma a mesma temática da Vinha de Isaías, mas em outro contexto histórico. Cerca de 750 anos depois daquela profecia, o povo judeu (da antiga tribo de Judá), já havia perdido a autonomia política há quase meio milênio. Jesus, portanto, não está falando de política externa – outro é seu assunto. Na verdade, diferente da vinha descrita por Isaías, a Vinha descrita por Jesus não produz frutos ruins, mas sim bons frutos! A questão toda gira ao redor daqueles que foram escolhidos como responsáveis por cuidar da vinha, que se sentiram no direito de desprezar o Proprietário, expulsando seus enviados e matando seu Filho.
A questão agora se inverte. Jesus não está falando de problemas político externos, mas de questões internas. E não fala de todo o povo (a vinha), mas dos responsáveis por ela: os vinhateiros. Do meio do povo surgem homens e mulheres que têm respondido “sim” ao apelo de Jesus. Até mesmo os publicanos e prostitutas, que antes eram considerados como a escória da sociedade, agora aceitam o Evangelho e são admitidos à mesa do Reino! A vinha tem produzido os frutos de justiça reclamados por Isaías! O problema não é de todo Povo, mas daqueles que os governam. Estes não têm compreendido que são “empregados” e não “proprietários”. E que o Dono da Vinha tem o direito sobre ela, e que quer agir no meio dela como “proprietário”, ou seja, com plenos direitos. Os Sumos-Sacerdotes e Anciãos do  povo consideraram-se os donos e entraram em contenda com Deus, na pessoa de seu Filho Jesus, matando-o e pretendendo roubar para si o direito sobre os ramos que produziam frutos. Mas a Vinha lhes foi tirada...

Donos de Deus?
O Papo de Domingo ficou sério, não é mesmo? Mas é que o assunto é sério de verdade. Estamos falando da obra de Deus, de seu Reino e de sua Igreja, seu povo. As leituras deste final de semana, mesmo que façam referência histórica a problemas do passado, falam de movimentos humanos que costumam se repetir nesta longa história de Deus com os seres humanos! Aconteceu com Israel e Judá, aconteceu entre Jesus e os chefes do seu povo e acontece conosco – Igreja.

Sim, amigos! Deus tem suscitado em nosso meio homens e mulheres chamados a cuidar de sua vinha: hierarquia, religiosos e religiosas, coordenadores, assessores, ministros em diversos serviços... Todos chamados ao trabalho na vinha do Senhor, que tem produzido muitos frutos para o Reino de Deus. E este trabalho é lindo! Porém, arriscado. Santo Agostinho dizia a respeito de seu ministério junto ao povo: “Atemoriza-me o que sou para vós; consola-me o que sou convosco. Pois para vós sou Bispo; convosco sou cristão. Aquilo é um dever; isto, uma graça. O primeiro é um perigo; o segundo, salvação”  (Sermo 340, 1: PL 38, 1483).

Santo Agostinho bem sabia que a salvação não depende dos cargos que exercemos dentro da comunidade cristã, nem sequer do sagrado ministério episcopal, do qual participava (e que é muito mais que um simples cargo!). A salvação depende de Deus, que nos salvou em seu Filho Jesus Cristo e nos fez partícipes de sua Vinha. Ser cristão é infinitamente superior a qualquer título, honra, ministério, cargo, coordenação ou outras atividades que podemos exercer no seio da Igreja. E isto nos basta! Pois os títulos, cargos e ministérios, mesmo os mais sagrados, são um grande risco. Lúcifer é um anjo de luz, que se envaideceu de sua beleza... A queda humana em Adão e Eva se deu porque quiseram “ser como deuses, conhecedores do bem e do mal” (Gn 3,5).
Mas não faltam exemplos de momentos em que nossas lideranças se esquecem disto... Você, jovem coordenador, eu sacerdote e todos os que exercemos papel de liderança, precisamos compreender e viver nosso pastoreio de acordo com aquele que “veio para servir e não para ser servido” (Mt 28,20). E o serviço ao Povo de Deus não nos dá nenhum “direito” sobre este mesmo povo, nem sequer algum privilégio diante de Deus, porque “somos servos inúteis; fizemos apenas o que devíamos fazer” (Lc 17,10).
Não podemos nos esquecer que o Pai do Céu é o dono da vinha, e que Ele nos envia seu Filho todos os dias para nos pedir contas de nosso serviço prestado, a fim de que entreguemos a Ele os frutos do nosso trabalho. E este Filho às vezes nos surpreende em uma crítica feita por um membro do grupo, em uma avaliação nem sempre positiva, em um novato(a) que nos questiona, em um movimento ou outro grupo diferente do nosso, em um superior que nos exorta... Ele se apresenta da maneira que Ele considera conveniente, afinal Ele é o Herdeiro da vinha, não nós. Na verdade, Ele mesmo é “a Videira Verdadeira e seu Pai o Agricultor” (Jo 15,1). E precisamos ter o coração aberto e preparado para acolhê-lo e sempre nos colocar em situação de conversão constante. Os cargos são um risco... Mas também uma oportunidade para nossa santificação, a fim de que nos assemelhemos mais ao Senhor que lavou os nossos pés!
O Filho nos vem até nós, sua Videira
Não somos donos de Deus... É Ele quem nos possui! E Ele vem até nós da forma mais surpreendente que seria possível a um Deus. Ele se faz presente por meio de seu Filho nos frutos de nosso trabalho: o Pão e o Vinho! Estes são sinais fortes de que nosso serviço prestado na Vinha do Senhor, que é a Igreja, transformam-se em presença de Jesus no meio do mundo. Não nos cansemos de trabalhar por Ele, mas também cuidemos para dar o senhorio somente a Ele, que conta conosco como servos pequenos e frágeis. E é somente disto que Ele precisa para atuar no mundo! Não precisa de super-homens nem de super-mulheres: precisa de mim e de você do jeito que somos – simples – para que nosso orgulho não ofusque a beleza de Deus!

Mas o que é JMJ mesmo????

A JMJ que temos falado tanto e a tal da #CruzJMJ, que tem rolado nos twitter e facebooks da galera dizem respeito a Jornada Mundial da Juventude com o Papa. Este encontro acontece desde 1986 e tem como marca a cruz da Juventude que hoje é acompanhada também pelo ícone de Nossa Senhora.

Veja a seguir um vídeo da tv canção nova, com uma entrevista do Cardeal D. Stanislau Rilko, explicando o que é e como foram as JMJs durante a história.


Dez conselhos de Bento XVI aos jovens



Conversar diariamente com Deus, ler a Bíblia, ir à Missa aos Domingos, contar as alegrias e penas a Cristo, dar exemplo ou ser útil aos outros: são alguns dos conselhos que o Papa dá aos jovens.




1) Conversar com Deus
“Algum de vós poderia talvez identificar-se com a descrição que Edith Stein fez da sua própria adolescência, ela, que viveu depois no Carmelo de Colônia: "Tinha perdido consciente e deliberadamente o costume de rezar". Durante estes dias podereis recuperar a experiência vibrante da oração como diálogo com Deus, porque sabemos que nos ama e, a quem, por sua vez, queremos amar”.

2) Contar-lhe os sofrimentos e as alegrias
“Abri o vosso coração a Deus. Deixai-vos surpreender por Cristo. Dai-lhe o "direito de vos falar" durante estes dias. Abri as portas da vossa liberdade ao seu amor misericordioso. Apresentai as vossas alegrias e as vossas penas a Cristo, deixando que ele ilumine com a sua luz a vossa mente e toque com a sua graça o vosso coração.

3) Não desconfiar de Cristo
“Queridos jovens, a felicidade que buscais, a felicidade que tendes o direito de saborear, tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, oculto na Eucaristia. Só ele dá plenitude de vida à humanidade. Dizei, com Maria, o vosso "sim" ao Deus que quer entregar-se a vós. Repito-vos hoje o que disse no princípio de meu pontificado: ‘Quem deixa entrar Cristo na sua vida não perde nada, nada, absolutamente nada do que faz a vida livre, bela e grande. ¡Não! Só com esta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só com esta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta’. Estai plenamente convencidos: Cristo não tira nada do que há de formoso e grande em vós, mas leva tudo à perfeição para a glória de Deus, a felicidade dos homens e a salvação do mundo”.

4) Estar alegres: querer ser santos
“Para além das vocações de consagração especial, está a vocação própria de todo o batizado: também é esta uma vocação que aponta para um ‘alto grau’ da vida cristã ordinária, expressa na santidade. Quando encontramos Jesus e acolhemos o seu Evangelho, a vida muda e somos impelidos a comunicar aos outros a experiência própria (...). A Igreja necessita de santos. Todos estamos chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade. Convido-vos a que vos esforceis nestes dias por servir sem reservas a Cristo, custe o que custar. O encontro com Jesus Cristo vos permitirá apreciar interiormente a alegria da sua presença viva e vivificante, para testemunhá-la depois no vosso ambiente”.

5) Deus: tema de conversa com os amigos
“São tantos os nossos companheiros que ainda não conhecem o amor de Deus, ou procuram encher o coração com sucedâneos insignificantes. Portanto, é urgente ser testemunhos do amor que se contempla em Cristo. Queridos jovens, a Igreja necessita autênticos testemunhos para a nova evangelização: homens e mulheres cuja vida tenha sido transformada pelo encontro com Jesus; homens e mulheres capazes de comunicar esta experiência aos outros”.

6) No Domingo, ir à Missa
Não vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudai também os outros a descobri-la. Certamente, para que dela emane a alegria que necessitamos, devemos aprender a compreendê-la cada vez mais profundamente, devemos aprender a amá-la. Comprometamo-nos com isso, vale a pena! Descubramos a íntima riqueza da liturgia da Igreja e a sua verdadeira grandeza: não somos os que fazemos uma festa para nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus vivo que prepara uma festa para nós. Com o amor à Eucaristia redescobrireis também o sacramento da Reconciliação, no qual a bondade misericordiosa de Deus permite sempre que a nossa vida comece novamente.

7) Demonstrar que Deus não é triste
Quem descobriu Cristo deve levar os outros para ele. Uma grande alegria não se pode guardar para si mesmo. É necessário transmiti-la. Em numerosas partes do mundo existe hoje um estranho esquecimento de Deus. Parece que tudo anda igualmente sem ele. Mas ao mesmo tempo existe também um sentimento de frustração, de insatisfação de tudo e de todos. Dá vontade de exclamar: Não é possível que a vida seja assim! Verdadeiramente não.
 
8) Conhecer a fé
Ajudai os homens a descobrir a verdadeira estrela que nos indica o caminho: Jesus Cristo. Tratemos, nós mesmos, de conhecê-lo cada vez melhor para poder conduzir também os outros, de modo convincente, a ele. Por isso é tão importante o amor à Sagrada Escritura e, em conseqüência, conhecer a fé da Igreja que nos mostra o sentido da Escritura.

9) Ajudar: ser útil
Se pensarmos e vivermos inseridos na comunhão com Cristo, os nossos olhos se abrem. Não nos conformaremos mais em viver preocupados somente conosco mesmo, mas veremos como e onde somos necessários. Vivendo e atuando assim dar-nos-emos conta rapidamente que é muito mais belo ser úteis e estar à disposição dos outros do que preocupar-nos somente com as comodidades que nos são oferecidas. Eu sei que vós, como jovens, aspirais a coisas grandes, que quereis comprometer-vos com um mundo melhor. Demonstrai-o aos homens, demonstrai-o ao mundo, que espera exatamente este testemunho dos discípulos de Jesus Cristo. Um mundo que, sobretudo mediante o vosso amor, poderá descobrir a estrela que seguimos como crentes.

10) Ler a Bíblia
O segredo para ter um "coração que entenda" é edificar um coração capaz de escutar. Isto é possível meditando sem cessar a palavra de Deus e permanecendo enraizados nela, mediante o esforço de conhecê-la sempre melhor. Queridos jovens, exorto-vos a adquirir intimidade com a Bíblia, a tê-la à mão, para que seja para vós como uma bússola que indica o caminho a seguir. Lendo-a, aprendereis a conhecer Cristo. São Jerônimo observa a este respeito: "O desconhecimento das Escrituras é o desconhecimento de Cristo".

29 de set. de 2011

Deixa Jesus te Consolar!

Fonte: CCRD Informa

Todos sabem que na vida existem vários caminhos e quando andamos por eles passamos por várias provações. Nós jovens, como todo ser frágil, caímos nelas, tropeçamos pelo caminho porque não somos fortes o suficiente para prosseguir sozinhos.
Nessa hora chamamos: "Senhor, Senhor!" E como nosso Jesus é bondoso, ele vai e nos socorre. Mas não deixe se levar pela piedade de Jesus, por achar que Jesus sempre irá lhe perdoar. Temos que escolher bem o caminho, e nem sempre o mais largo é o melhor.
Deixe que a vontade se realize em você. Não erre mais, pois é assim que ele espera. Hoje, como disse o Papa João Paulo II, "precisamos de santos que usem calça jeans e tênis, que saiam com os amigos e tomem Coca-Cola."
O santo que Jesus quer é você; assim mesmo como você é, porque você é perfeito aos olhos do Pai.

Débora Moura
Grupo de Oração Discípulos de Jesus
Comunidade Católica Reflexo de Deus
RCC Fortaleza

O Casamento Marginalizado


Conclusões de um relatório recente sobre o casamento desenham uma situação preocupante. Em agosto, o Instituto Brookings de Washington publicou o estudo "A Marginalização do Matrimônio na América da Classe Média", sobre o estado civil de 51% dos adultos jovens que terminaram o ensino médio mas não têm estudos universitários.
O casamento goza de boa saúde entre os norte-americanos universitários mais ricos, que costumam casar antes do nascimento do primeiro filho. O informe indica que os divórcios neste grupo desceram a um patamar comparável ao do começo dos anos 70.
Os autores do estudo, W. Bradford Wilcox e Andrew J. Cherlin, observam que a história é bem diferente no grupo com menos estudos, que apresenta situações mais frequentes de uniões informais e divórcios. "O distanciamento do matrimônio, que começou nas comunidades de baixa renda nos anos 60 e 70, agora afeta a América de classe média".
Nos últimos anos, as mulheres norte-americanas com estudos médios tinham sete vezes mais probabilidades de ter um filho sem estarem casadas do que as mulheres com estudos universitários. Em geral, 44% das mães que cursaram só o ensino médio têm filhos sem estarem casadas.
O aumento dos nascimentos em casais unidos informalmente é motivo de preocupação, porque o estudo também aponta que as crianças crescem melhor em famílias casadas.
É que as relações informais são bem menos duradouras: 65% dos filhos destas relações assistem à ruptura entre os pais antes de chegarem aos 12 anos. Esta porcentagem cai a 24% entre as crianças nascidas no casamento.
Causas
O relatório cita como causas do fenômeno tanto fatores culturais quanto econômicos. O mercado de trabalho para homens com educação média se deteriorou de modo considerável, restando-lhes hoje cargos menos estáveis e salários mais baixos do que há uma geração.
Ao mesmo tempo, há uma percepção geral de que é necessário um bom trabalho e boa renda para casar, o que torna as uniões informais uma alternativa de “espera” enquanto se acha um trabalho adequado.
O estudo recorda que, durante a Grande Depressão dos anos 30, as penúrias econômicas não levaram a mudanças importantes da vida familiar. E dá então relevância a três grandes mudanças de tipo cultural.
Em primeiro lugar, mudou a atitude quanto ao sexo e aos filhos fora do casamento. Este comportamento é muito mais aceito hoje, o que, combinado aos anticoncepcionais, enfraquece enormemente os valores familiares tradicionais. As mulheres solteiras com renda baixa costumam ter filhos mesmo assim, em vez de esperarem uma situação melhor que poderia implicar o risco de não terem filhos. Esta mentalidade se estendeu às mulheres com educação média.
Em segundo lugar, houve uma queda significativa na participação religiosa entre os membros da classe média norte-americana. Em comparação com os anos 70, a prática religiosa semanal desceu de 40% para 28%.
Em terceiro lugar, o marco legal da vida familiar sofreu uma reorientação. Com a aprovação do divórcio sem causa, passou-se do apoio ao compromisso matrimonial à ênfase nos direitos individuais.
Mudança
Mudar a tendência às uniões informais e aos altos índices de divórcio não é tarefa simples, admite o relatório. Entre as medidas sugeridas para a América do Norte:
- Proporcionar melhor formação às pessoas com estudos médios, para terem acesso a trabalhos melhores e mais estáveis.
- Mudar a forma dos benefícios sociais, que hoje penalizam o matrimônio porque os casais unidos informalmente perdem a ajuda econômica depois que se casam.
- Aumentar os descontos de impostos para as famílias com mais filhos.
- Mudar as atitudes culturais com campanhas semelhantes às de combate ao tabagismo e ao uso de álcool por motoristas.
- Investir em programas educativos para crianças pobres em idade pré-escolar para aumentar as expectativas de emprego das gerações futuras.
- Reformar as leis do divórcio para mitigar as consequências do divórcio sem causa, incluindo programas de educação obrigatória e períodos de espera para os casais com filhos.
Casualmente, um dos autores do estudo Brookings trabalhou em outra publicação sobre o casamento, divulgada um pouco mais tarde. O diretor do National Marriage Project, W. Bradford Wilcox, junto com outros dezoito estudiosos da família, publicaram a terceira edição do informe "Por que o Casamento Importa: 30 Conclusões das Ciências Sociais".
Fonte: jovensconectados.com.br
Segundo o informe, a família biológica e casada continua sendo o marco privilegiado da sociedade, e o matrimônio traz benefícios à economia, à saúde e à educação.
A boa notícia deste relatório é que o divórcio caiu a níveis parecidos aos do começo dos anos 70. A notícia ruim é que esta melhora se deve em parte ao aumento das uniões informais. Isto significa que hoje é mais provável uma criança nascer de pais não casados do que vê-los divorciar-se.
Só 55% dos que tinham 16 anos na década de 2000 viviam com ambos os pais, em comparação com os 66% de vinte anos antes.
A falta de estabilidade dos casais de fato tem um impacto negativo nas crianças, segundo o relatório. As crianças têm o triplo de probabilidades de ser objeto de abuso nas famílias de fato do que em lares intactos, com seus pais biológicos casados. São também comuns o consumo de drogas, os problemas na escola e o mau comportamento.
Ásia
Estas mudanças na vida familiar não se limitam aos EUA. A capa de 20 de agosto da revista The Economist se dedicava ao “Voo do matrimônio” na Ásia.
No Japão, por exemplo, enquanto a porcentagem de mulheres em casais de fato era há 20 anos de um só dígito, atualmente alcança 20%.
A porcentagem de divórcios, ainda que consideravelmente menor que no Ocidente, duplicou desde os anos oitenta.
Com o casamento em dificuldades, tanto no Ocidente como na Ásia, o custo de não fazer nada para remediar isso é muito alto, para deixar que esta tendência continue.
Por Padre John Flynn L.C.

Logo JMJ RIO2013 - A criatividade do jovem em destaque

DomOraniLogo2013A criatividade a serviço da evangelização. Esta é a proposta do concurso que irá escolher a logomarca da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) RIO2013, evento que reunirá jovens do mundo inteiro no Rio de Janeiro na segunda quinzena de julho de 2013. A ideia do concurso é estimular os pessoas de todo o mundo a mostrarem, com todo seu talento, o rosto jovem da Igreja. Até o dia 31 de outubro de 2011, os trabalhos deverão ser encaminhados pelos Correios para o Setor de Comunicação do Instituto JMJ RIO (Rua Benjamin Constant, n° 23, 7° andar - Glória).  Vale ressaltar que não haverá inscrição pela internet, mas exclusivamente pelos Correios. 

Serão selecionados os cinco melhores trabalhos, que serão enviados para o Pontifício Conselho para os Leigos, no Vaticano, a quem cabe a escolha final da logo vencedora. A divulgação do resultado esta prevista para o dia 03 de dezembro de 2011, em solenidade no Santuário do Cristo Redentor (RJ).

Como inspiração, os participantes terão o lema da JMJ RIO2013: “Ide e Fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28,9), que deverá nortear os trabalhos. A logo deverá também ser representativa do Rio de Janeiro, ser um desenho original e inédito; incluir as siglas JMJ2013; refletir a identidade cristã do evento e deve conter uma cruz ou referência clara e inequívoca ao símbolo. O regulamento com detalhes do concurso pode ser visto no site oficial da JMJ (www.rio2013.com). 

Vale ressaltar que o concurso não envolve premiação. A proposta é estimular a participação de todos em cada passo de construção da Jornada Mundial da Juventude no Rio. Em vista disso, o edital sofreu algumas alterações, e já esta disponível no site.   

O concurso para escolha da logo foi lançado no último dia 27 de setembro. O anúncio foi feito pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, durante a inauguração da sede do Comitê Organizador Local (COL/Rio).



Fonte: jovensconectados.com.br

Serviço:
Concurso Logomarca Oficial da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) RIO2013
Informações:
Site: www.rio2013.com
Assessoria de Imprensa: Rocélia Santos - (21) 3549-6730
Email: comunic@rio2013.com

27 de set. de 2011

72% dos universitários brasileiros preferem navegar na internet a namorar



computador
A Cisco, multinacional da área de informática especializada em redes, realizou uma grande pesquisa em 14 países, entre eles o Brasil, sobre o comportamento dos jovens com relação à internet. Foram entrevistados universitários e jovens profissionais com idade de até 30 anos. Uma das mais surpreendentes revelações é a de que 72% dos universitários brasileiros entrevistados disseram que a internet é mais importante para eles do que namorar, sair com os amigos ou ouvir música. A média mundial nessa questão é de 40%.
A pesquisa mostra também que 65% dos universitários e 61% dos jovens profissionais brasileiros consideram a internet tão importate quanto alimento, ar, água e moradia. A média no resto do mundo é de 33%. Alé disso, 63% das pessoas entrevistadas no Brasil preferem ter internet a ter um carro - número dentro da média mundial.
Diante desses números, é preciso relembrar a Mensagem do Papa Bento XVI para o 45° Dia Mundial das Comunicações, em que ele faz um importante alerta:
"Quem é o meu 'próximo' neste novo mundo? Existe o perigo de estar menos presente a quantos encontramos na nossa vida diária? Existe o risco de estarmos mais distraídos, porque a nossa atenção é fragmentada e absorvida por um mundo 'diferente' daquele onde vivemos? Temos tempo para refletir criticamente sobre as nossas opções e alimentar relações humanas que sejam verdadeiramente profundas e duradouras? É importante nunca esquecer que o contacto virtual não pode nem deve substituir o contacto humano directo com as pessoas, em todos os níveis da nossa vida."
Vale a pena reler toda a mensagem. Vale a pena também rever o vídeo a seguir: Desconecte-se para se conectar.


JMJ Rio 2013 lançará hoje concurso da logomarca


O Rio de Janeiro sediará a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) — evento que deve reunir jovens do mundo inteiro com o Papa Bento XVI, em julho de 2013. Dando largada aos preparativos para este grande encontro, nesta terça-feira, 27 de setembro, a Arquidiocese do Rio de Janeiro lançará o concurso para a escolha da logomarca oficial da Jornada Mundial da Juventude - RIO2013, durante a inauguração da sede do Comitê Organizador Local (COL/Rio), na Glória.

O anúncio do concurso e a entrega do seu regulamento serão feitos pelo Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, durante a coletiva de imprensa, na qual estarão presentes membros do governo diocesano e das comissões do Comitê.

A sede do Comitê Organizador Local (COL/Rio) da JMJ será o sétimo andar do Edifício João Paulo II, que fica na Rua Benjamin Constant, 23, na Glória.

26 de set. de 2011

Ministério Jovem da RCC promove Missão Alagoas em outubro


Durante o mês das missões na Igreja, motivado pelos projetos já desenvolvidos nos Estados e pelo movimento da Renovação Carismática Católica (RCC), o Ministério Jovem promove de 8 a 14 de outubro a Missão Alagoas. Serão enviados 140 missionários de todo o país para Maceió/AL onde deverão promover atividades de missão junto à juventude das paróquias locais.

As ações serão concentradas nas paróquias da capital alagoana, tendo os jovens como protagonistas dos momentos da evangelização ao abordar as pessoas nos espaços públicos e em suas casas, reuniões e eventos específicos de natureza social, cultural e espiritual. A cidade foi escolhida por sua difícil realidade social e necessidade de crescimento da atuação do movimento junto aos jovens.
Os Grupos de Oração, estrutura fundamental da RCC, serão os pontos de partida essenciais para trabalhar o anúncio e promover o discipulado a Cristo nas paróquias locais. A dinâmica de evangelização está fundamentada nas diretrizes do Documento de Aparecida que aponta o “Querigma” como método eficaz de anúncio do Evangelho.
Antes de irem às ruas, no domingo (9), os jovens terão um dia intenso de oração, formação, orientações específicas e convivência fraterna. Depois serão enviados com a celebração da Santa Missa e irão para as famílias que irão acolher as duplas responsáveis por cada Grupo de Oração.
“Vamos a Maceió para deixar um trabalho a ser continuado pelo Ministério Jovem. Para isso nossa meta fundamental é implantar o projeto ‘Aqui tem jovem, aqui tem fogo’, que trata do objetivo central de nossa existência na RCC ao atuar nas paróquias com um trabalho de pastoreio, evangelização e formação da juventude a partir dos Grupos de Oração,” explicou o coordenador nacional do Ministério Jovem, Márcio Zolin.
Lançar as redes
A atuação da Renovação Carismática Católica no Brasil em 2011 está motivada pela moção “por causa da Tua Palavra lançaremos as redes” (Cf. Lc, 5,5). Com isso o movimento busca incentivar novas realizações missionárias em todo o país, além de crescer as já existentes, no caos dos jovens, projetos como o Jesus no Litoral, Jesus nas Praças, Jesus no Pantanal, Jesus na Serra, entre outros.
Os missionários
As coordenações estaduais do Ministério Jovem estão e fase final de escolha de seus representantes, com envio de suas dioceses. Em busca da qualidade do trabalho, a organização da Missão Alagoas estabelece alguns critérios básicos para o envio dos missionários:
- Ter no mínimo dois anos de atuação na vida paroquial e/ou em Grupo de Oração e ter participado dos seminários de iniciação à Vida no Espírito;
- Ter recebido a formação para o discipulado e para anúncio do Querigma;
- Ter participado de no mínimo uma ação evangelizadora nos moldes das missões que acontecem no Brasil;
- Ser maior de dezoito anos;
- Ser recomendado à coordenação da missão através de uma carta de envio pela coordenação diocesana da RCC.

CNBB escolhe lema da Campanha da Fraternidade de 2013


Eisme

"Eis-me aqui. Envia-me" (Is 6,8). Este é o lema da Campanha da Fraternidade de 2013, escolhido nesta quarta-feira (21) pelo bispos integrantes do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O tema da Campanha da fraternidade de 2013 será "Fraternidade e Juventude".

Também en 2013 acontecerá a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, quando jovens do mundo inteiro se encontrarão com o Papa Bento XVI. O tema da JMJ será "Ide e fazei discípulos entre todas as nações"(Mt 28,19).

Encontro Mundial reunirá jovens carismáticos de todo o mundo no Brasil

Fonte:www.mundial2012.rccbrasil.org.br



Jovens católicos carismáticos de todo o mundo tem um destino em comum para 2012. Na busca por semear a Cultura de Pentecostes, eles  estarão reunidos entre os dias 10 e 15 de julho na cidade de Foz do Iguaçu, Brasil, para mostrar que sua esperança está em um só nome: Jesus. Assim será o Encontro Mundial de Jovens da Renovação Carismática Católica, primeiro evento com a proposta de reunir a juventude do Movimento de diversos cantos do globo.
 O evento faz parte da preparação da RCC para a celebração do seu grande jubileu de ouro, a ser comemorado no ano de 2017. Para a Renovação Carismática do Brasil é uma grande alegria sediar este encontro, uma vez que os jovens são parte vigorosa do Movimento por aqui. Estima-se que dois em cada três carismáticos brasileiros são dessa faixa etária.
 A expectativa é de que o encontro reúna cinco mil jovens e que conte com a representação de cerca de 120 países. A realização do evento em Foz do Iguaçu visa justamente o acesso de pessoas de  países da América Latina já que a cidade fica na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina e fica próxima de aeroportos com grande quantidade de voos internacionais. O Conselho do ICCRS estará presente com seus 18 membros.

Atividades de evangelização
 A programação do evento irá incluir atividades preliminares para estrangeiros. Os jovens que quiserem participar das experiências missionárias da RCC do Brasil poderão engajar-se em projetos como o Jesus no Litoral, evangelização nas universidades ou até no Projeto Amazônia.
Conheça mais detalhes deste Encontro no site www.mundial2012.rccbrasil.org.br/ 


25 de set. de 2011

Nota da CNBB sobre a JMJ 2013



“Ide e fazei discípulos a todos os povos” (Mt 28,19). 

Com esta citação bíblica o Papa Bento XVI apresentou o lema da próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que acontecerá no Brasil e que terá seu momento alto em julho de 2013 no Rio de Janeiro. Este evento, criado por um Papa apaixonado pela juventude, João Paulo II, é de responsabilidade de toda a Igreja com todos os seus serviços, organismos e pastorais.
O pedido oficial para que o Brasil pudesse sediar esse evento foi feito pela CNBB em maio de 2007 no encontro do Papa com os jovens no Pacaembu, São Paulo. E o anúncio da aceitação foi realizado por Bento XVI no último dia 21 de agosto, por ocasião do encerramento da JMJ em Madri.
Ao longo da história, a Igreja no Brasil tem assumido e efetivado sua opção preferencial pela Juventude. O documento 85, “Evangelização da Juventude – Desafios e Perspectivas Pastorais”, lançado em 2007, e a busca de comunhão das diferentes expressões de juventude no Brasil motivada por este documento são sinais visíveis desse esforço. A recém criada Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude na Assembléia Geral da CNBB deste ano e a aprovação do tema sobre a Juventude para a Campanha da Fraternidade de 2013 revelam, também, este carinho para com os jovens. E agora, com a JMJ acontecendo no Brasil, nossa voz a favor dos jovens se torna mais forte e comprometedora.
Com a festa que a Arquidiocese de São Paulo preparou no dia 18 de setembro passado, a Igreja em nosso país acolheu a Cruz e o ícone da Virgem dando início a esta caminhada no Brasil rumo ao Rio 2013. Estes símbolos percorrerão as nossas dioceses, convidando a todos a intensificar o seu amor para com Jesus Cristo e sua Mãe, e a dar passos mais seguros no processo de opção e evangelização da juventude do Brasil.
A peregrinação destes símbolos já é o início da nossa Jornada Mundial da Juventude! Bem preparada e conduzida esta peregrinação provocará maior encantamento do jovem para com Jesus Cristo, orientações para a sua vida, fortalecimento de sua adesão à Igreja, conscientização de sua responsabilidade missionária na construção de uma sociedade mais de acordo com o projeto de Deus.
As Dioceses e Paróquias, as Pastorais da Juventude e outras Pastorais, as Congregações Religiosas, as Comunidades Eclesiais de Base, os Movimentos e as Novas Comunidades, encontrarão aí ocasião propícia para provocar na Igreja e na Sociedade a opção pelos jovens. É um “momento favorável” de evangelização da juventude proporcionando a ela ocasiões especiais de amadurecimento da sua vida de discípula e missionária do Mestre:
“A crescente participação do Brasil nas Jornadas Mundiais da Juventude nos convida à organização de um caminho que garanta o crescimento da animação dos jovens em vista de sua identidade de discípulos missionários de Jesus Cristo”. (DGAE n. 81 - Doc 94).
Com o ardente desejo de que o Brasil viva este tempo como momento excepcional para a evangelização da Juventude, exortamos e convidamos a todas as forças vivas da Igreja para que o envio missionário “Ide e fazei discípulos a todos os povos” (Mt 28,19) faça eco e seja realidade mais viva e dinâmica na nossa Igreja.
Brasília-DF, 21 de setembro de 2011
P – Nº 0911/11
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
Dom Sergio Arthur Braschi
Bispo de Ponta Grossa
Vice-Presidente da CNBB Ad hoc
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

PAPO DE DOMINGO


 - Homilia para o 25 domingo do Tempo Comum:



“OS PUBLICANOS E AS PROSTITUTAS PRIMEIRO?

É, sem dúvida alguma, assustadora a afirmação do Senhor aos Sacerdotes e Anciãos do povo judaico: “'Em verdade vos digo, que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus.” (Mt 21,31). Eles eram os responsáveis pela Lei, guardiões da Tradição, sucessores de Moisés e anunciadores da Aliança firmada com o Povo de Israel. A afirmação de Jesus foi como um soco no estômago de quem se tinha em grande conta diante de Deus e de seu Povo Eleito.


Meu amigo jovem, você, chamado a ser Sentinela da Manhã, é hoje provocado a ir fundo no sentido do Cristianismo e na missão do Senhor. Você, eu e toda a Igreja, somos chamados a termos em nós “o mesmo sentimento
que existe em Cristo Jesus”. E quê Jesus sentia? O que Ele queria? Porque os publicanos e as prostitutas foram os primeiros a entrar no seu Reino?


  
Um pouco de história pra entendermos Mateus
São Mateus é o único evangelista que nos relata este encontro conflituoso que lemos hoje. Ele quis destacar este discurso de Jesus e não deixá-lo cair no esquecimento porque para a comunidade que ele escreve esta passagem é, de fato, importante. E porquê? A comunidade para a qual Mateus escreve é uma comunidade em conflito consigo mesma. Ele escreve para Cristãos convertidos do Judaísmo. Como se sabe, quem se convertia da antiga religião judaica e passava a acreditar em Jesus continuava com as práticas religiosas judaicas: as leis, a visita ao Templo, a frequência às sinagogas aos sábados, as celebrações das festas anuais, entre outros...

A partir do ano 70d.C. a situação mudou. Neste período, alguns judeus, motivados pela ideia de que o Reino de Deus consistia na libertação política de Israel e no seu isolamento das influências pecaminosas do estrangeiro,  lideraram uma revolta que ficou conhecida como “A guerra judaica”. O Povo de Israel revoltou-se contra o domínio do Império Romano. Roma reagiu impiedosamente e, com seus exércitos, varreu a Terra Santa, destruindo tudo. Cercou Jerusalém e a manteve sitiada por sete meses, sem que se pudessem ser enviadas provisões para dentro das muralhas. Foi um verdadeiro horror, de fome e medo (dizem que mães vendiam os corpos dos filhos mortos como comida). Ao final do cerco, Jerusalém foi tomada. Com ódio, romanos destruíram tudo, inclusive o Templo (que nunca mais foi reconstruído). A perseguição ao judaísmo estourou em todo o Império. Os judeus, espalhados pela Europa, Ásia e África, corriam risco de destruição total.

Os chefes judeus (Sumo-Sacerdote e Anciãos do Povo) expulsos de Jerusalém, reuniram em Jâmnia (cidadezinha próxima a Jerusalém) para definir os planos estratégicos a fim de não deixar morrer o judaísmo. Então, são tomadas algumas decisões: exigência de uniformidade e fidelidade ao judaísmo tradicional; harmonização das escolas teológicas rivais; fixação do calendário e das festas; uniformização da liturgia sinagogal; fixação do Cânon Bíblico (ainda em discussão na época...). Ou seja – desejavam restaurar o judaísmo puro. Toda diferença seria um risco.

E é aí que os Cristãos, que já eram tidos como problema, tornam-se de fato indesejáveis. A eles foi feita a exigência de abandonarem a Cristo para poderem continuar sendo membros do Povo Eleito. Caso contrário, seriam expulsos das sinagogas, o que de fato aconteceu a uma grande maioria. Imaginemos se fôssemos expulsos do Brasil e não pudéssemos mais ser chamados “brasileiros”? Imaginemos que nossos parentes e amigos fossem proibidos de conversar conosco? Que não pudéssemos mais frequentar os ambientes que os brasileiros frequentam? Foi mais ou menos isso que aconteceu aos judeus que professaram a fé em Jesus Cristo. Foram desterrados, PERDERAM A NACIONALIDADE, a cidadania judaica.

Com isso, a Igreja, que tinha sua primeira sede em Jerusalém, decidiu romper definitivamente com o judaísmo e separar-se dele. Porém, para os primeiros cristãos que vieram do judaísmo pairavam ainda a perguntas: Valeria a pena abandonar a fé dos Pais para trilhar esse novo caminho? Ser cristão consiste em negar tudo o que cremos até agora? Há vantagens em optar por Jesus, mesmo sendo expulsos de nosso povo? Qual é a vontade de Deus: seguir os chefes das sinagogas ou os chefes dos cristãos?
 Israel disse sim à Lei, mas não ao Jesus e ao Reino que Ele anuncia

A Parábola de Jesus, neste Evangelho de hoje, representa o drama da história de Israel. Eles disseram sim: sim à Lei e à Antiga Aliança. Porém, nesta mesma Antiga Aliança estava, em germe, a Nova Aliança. Ela foi prenunciada desde os primórdios do povo israelita: na Aliança com Abraão, na libertação do Egito com Moisés, no reinado de Davi e seus sucessores, na Palavra dos profetas, na experiência dolorosa do Exílio...

Quando, porém, o Novo se faz presente em Jesus de Nazaré, os chefes de Israel não o reconhecem! Por séculos sonharam com o Reino e a vinda do Messias. Quando Jesus aparece e realiza o Reino de Paz e Misericórdia, muitos em Israel não se reconheceram nele! Preferiram ficar presos às interpretações radicais da Lei, que excluía todos os que não se adequassem a ela, que negava misericórdia aos pecadores, que isolava Israel do resto do mundo, como se fosse o único povo com direito a Deus e, que levava à guerra ao invés da paz. Este erro continuou a se repetir nos anos seguintes e motivou a guerra contra Roma. Após o drama da destruição de Jerusalém, ao invés da revisão de postura e abertura, esta atitude isolacionista e excludente acirrou-se. 40 anos antes, não quiseram acolher o Príncipe da Paz, do Amor e da Misericórdia que surgiu no e do meio deles e o crucificaram. Agora, no ano 70, acabaram por expulsar todos os seus seguidores de seu meio.
As prostitutas e os publicanos tinham dito não...
De acordo com os critérios morais e religiosos da época de Jesus e dos anos subsequentes, as prostitutas, os ladrões (publicanos...), pecadores públicos eram infiéis à Aliança – deveriam ser extirpados do meio do povo como um câncer. Segundo o entender das lideranças farisaicas, se Israel sofria, era por causa do pecado destes. Eles haviam dito não à Lei. Jesus, porém, não se importava com as leis e costumes. Não as rejeita, mas também não as impõe. Ele jamais admite que alguém seja deixado de lado. Jesus abre as portas para uma nova vida! E os pecadores, que haviam dito não à Lei, são os primeiros a dizer sim ao Evangelho! Alguns exemplos: Zaqueu – dá o que roubou aos pobres; a adúltera, rejeitada e condenada à morte, é restituída em sua dignidade e passa a seguir Jesus; a prostituta, regenerada, lava-lhe os pés com as lágrimas que brotam de um coração restaurado; e por fim, o próprio Mateus, que era um publicano (cobrador de impostos para Roma), acolhe Jesus em sua casa, prepara-lhe um banquete e é chamado a ser um Apóstolo.
 
A misericórdia, o amor, a acolhida restauram o verdadeiro sentido da Lei e da Antiga Aliança, e fazem surgir um novo povo: um novo Israel, que nasce não do castigo, mas da misericórdia de um deus que é amor e que se manifesta em Jesus de Nazaré. É isto que os pobres, os pecadores e os rejeitados do Antigo Israel veem nEle: Ele é realmente o Deus conosco, Salvador de toda humanidade! Ele é a plenitude do que Moisés, Davi, os profetas e toda a experiência do povo de Israel anunciava e esperava!

Não foi Deus quem rejeitou o velho Israel! Foram sim, os chefes de Israel que disseram não à novidade que seu Deus lhes propunha em Jesus de Nazaré. O modo como viviam seu “sim” à Lei os levou a dizer não ao Evangelho! O não dado à Lei pelos publicanos e prostitutas, converteu-se em sim dado à Misericórdia de um Deus que veio até eles e lhes ofereceu a Boa-Notícia da Salvação: o Reino de Deus – o Novo Povo de Israel – uma nova Civilização do Amor.
Nossas tradições...
O cristianismo nasceu da novidade de Jesus de Nazaré. Porém, muitas vezes corremos o mesmo risco de Israel, e com nossas interpretações do Evangelho, rejeitarmos muitos que consideramos “pecadores”. Devemos nos vigiar constantemente... Jamais nos podemos considerar os  “puros”. Mas sempre nos lembrarmos de que NÓS SOMOS AS PROSTITUTAS E OS LADRÕES QUE DISSERAM SIM A JESUS.
Em outras palavras: se somos Igreja, se procuramos fazer o bem e amar como Jesus. Se somos fiéis à nossa família, se procuramos ser justos nos negócios, se respeitamos o outro em seus direitos... Tudo isso é graça de Deus. Não é mérito nosso! Não compramos a salvação às custas de nossas boas ações! A salvação é dom gratuito de Deus. Se temos direito a ela mesmo reconhecendo nossas fraquezas e demérito, os outros também tem.

É nosso dever ir atrás das prostitutas e dos publicanos de hoje, escondidos atrás dos traficantes de drogas, dos garotos e garotas de programa, das pessoas nos bordéis, dos políticos corruptos, dos pobres e excluídos – obrigados a roubar para sobreviver, dos presidiários, enfim, de todos os rejeitados de nossa sociedade. Afinal, se Jesus estivesse andando em nossas ruas, sem dúvida Ele estaria junto destes, e eles lhes diriam sim talvez muito mais rápido do que nós.
Eucaristia – antecipação do céu!
“Se existe consolação na vida em Cristo, se existe alento no mútuo amor, se existe comunhão no Espírito, se existe  ternura e compaixão, tornai então completa a minha alegria: aspirai à mesma coisa, unidos no mesmo amor; vivei em  harmonia, procurando a unidade. Nada façais por competição ou vanglória, mas, com humildade, cada um julgue que o  outro é mais importante, e não cuide somente do que é seu, mas também do que é do outro. Tende entre vós o  mesmo  sentimento que existe em Cristo Jesus” (Fl 2,1-5). Esta linda passagem da Segunda Leitura de hoje nos recorda qual é a verdadeira postura do Cristão: amar sempre, ser misericordioso sempre, dizer sempre sim ao amor, em primeiro lugar.
Na Eucaristia celebramos este amor. Ela é o banquete oferecido aos pecadores! Há 2000 anos atrás, Jesus sentou-se à mesa com eles. Hoje Ele senta-se à mesa conosco. E no céu estaremos todos nós, juntamente com tantos julgados como pecadores mas redimidos pela misericórdia de Deus e sua graça, sentados à mesa com Jesus! Na eucaristia antecipamos essa ceia no céu! Que o céu seja também antecipado em nossas atitudes de acolhida e misericórdia hoje.