28 de dez. de 2011

Mensagem do Papa para 2012: Com qual atitude devemos olhar para o Ano Novo?

Mensagem de Sua Santidade Bento XVI para a Celebração do XLV Dia Mundial da Paz, dia 01 de janeiro de 2012

EDUCAR OS JOVENS PARA A JUSTIÇA E A PAZ

1. O INÍCIO DE UM NOVO ANO, dom de Deus à humanidade, induz-me a desejar a todos, com grande confiança e estima, de modo especial que este tempo, que se abre diante de nós, fique marcado concretamente pela justiça e a paz.

Com qual atitude devemos olhar para o novo ano? No salmo 130, encontramos uma imagem muito bela. O salmista diz que o homem de fé aguarda pelo Senhor « mais do que a sentinela pela aurora » (v. 6), aguarda por Ele com firme esperança, porque sabe que trará luz, misericórdia, salvação. Esta expectativa nasce da experiência do povo eleito, que reconhece ter sido educado por Deus a olhar o mundo na sua verdade sem se deixar abater pelas tribulações. Convido-vos a olhar o ano de 2012 com esta atitude confiante. É verdade que, no ano que termina, cresceu o sentido de frustração por causa da crise que aflige a sociedade, o mundo do trabalho e a economia; uma crise cujas raízes são primariamente culturais e antropológicas. Quase parece que um manto de escuridão teria descido sobre o nosso tempo, impedindo de ver com clareza a luz do dia.

Mas, nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora de que fala o salmista. Esta expectativa mostra-se particularmente viva e visível nos jovens; e é por isso que o meu pensamento se volta para eles, considerando o contributo que podem e devem oferecer à sociedade. Queria, pois, revestir a Mensagem para o XLV Dia Mundial da Paz duma perspectiva educativa: « Educar os jovens para a justiça e a paz », convencido de que eles podem, com o seu entusiasmo e idealismo, oferecer uma nova esperança ao mundo.

A minha Mensagem dirige-se também aos pais, às famílias, a todas as componentes educativas, formadoras, bem como aos responsáveis nos diversos âmbitos da vida religiosa, social, política, económica, cultural e mediática. Prestar atenção ao mundo juvenil, saber escutá-lo e valorizá-lo para a construção dum futuro de justiça e de paz não é só uma oportunidade mas um dever primário de toda a sociedade.

Trata-se de comunicar aos jovens o apreço pelo valor positivo da vida, suscitando neles o desejo de consumá-la ao serviço do Bem. Esta é uma tarefa, na qual todos nós estamos, pessoalmente, comprometidos.

As preocupações manifestadas por muitos jovens nestes últimos tempos, em várias regiões do mundo, exprimem o desejo de poder olhar para o futuro com fundada esperança. Na hora actual, muitos são os aspectos que os trazem apreensivos: o desejo de receber uma formação que os prepare de maneira mais profunda para enfrentar a realidade, a dificuldade de formar uma família e encontrar um emprego estável, a capacidade efectiva de intervir no mundo da política, da cultura e da economia contribuindo para a construção duma sociedade de rosto mais humano e solidário.

É importante que estes fermentos e o idealismo que encerram encontrem a devida atenção em todas as componentes da sociedade. A Igreja olha para os jovens com esperança, tem confiança neles e encoraja-os a procurarem a verdade, a defenderem o bem comum, a possuírem perspectivas abertas sobre o mundo e olhos capazes de ver « coisas novas » (Is 42, 9; 48, 6).

Os responsáveis da educação

2. A educação é a aventura mais fascinante e difícil da vida. Educar – na sua etimologia latinaeducere – significa conduzir para fora de si mesmo ao encontro da realidade, rumo a uma plenitude que faz crescer a pessoa. Este processo alimenta-se do encontro de duas liberdades: a do adulto e a do jovem. Isto exige a responsabilidade do discípulo, que deve estar disponível para se deixar guiar no conhecimento da realidade, e a do educador, que deve estar disposto a dar-se a si mesmo. Mas, para isso, não bastam meros dispensadores de regras e informações; são necessárias testemunhas autênticas, ou seja, testemunhas que saibam ver mais longe do que os outros, porque a sua vida abraça espaços mais amplos. A testemunha é alguém que vive, primeiro, o caminho que propõe.

E quais são os lugares onde amadurece uma verdadeira educação para a paz e a justiça? Antes de mais nada, a família, já que os pais são os primeiros educadores. A família é célula originária da sociedade. « É na família que os filhos aprendem os valores humanos e cristãos que permitem uma convivência construtiva e pacífica. É na família que aprendem a solidariedade entre as gerações, o respeito pelas regras, o perdão e o acolhimento do outro ».[1] Esta é a primeira escola, onde se educa para a justiça e a paz.

Vivemos num mundo em que a família e até a própria vida se vêem constantemente ameaçadas e, não raro, destroçadas. Condições de trabalho frequentemente pouco compatíveis com as responsabilidades familiares, preocupações com o futuro, ritmos frenéticos de vida, emigração à procura dum adequado sustentamento se não mesmo da pura sobrevivência, acabam por tornar difícil a possibilidade de assegurar aos filhos um dos bens mais preciosos: a presença dos pais; uma presença, que permita compartilhar de forma cada vez mais profunda o caminho para se poder transmitir a experiência e as certezas adquiridas com os anos – o que só se torna viável com o tempo passado juntos. Queria aqui dizer aos pais para não desanimarem! Com o exemplo da sua vida, induzam os filhos a colocar a esperança antes de tudo em Deus, o único de quem surgem justiça e paz autênticas.

Quero dirigir-me também aos responsáveis das instituições com tarefas educativas: Velem, com grande sentido de responsabilidade, por que seja respeitada e valorizada em todas as circunstâncias a dignidade de cada pessoa. Tenham a peito que cada jovem possa descobrir a sua própria vocação, acompanhando-o para fazer frutificar os dons que o Senhor lhe concedeu. Assegurem às famílias que os seus filhos não terão um caminho formativo em contraste com a sua consciência e os seus princípios religiosos.

Possa cada ambiente educativo ser lugar de abertura ao transcendente e aos outros; lugar de diálogo, coesão e escuta, onde o jovem se sinta valorizado nas suas capacidades e riquezas interiores e aprenda a apreciar os irmãos. Possa ensinar a saborear a alegria que deriva de viver dia após dia a caridade e a compaixão para com o próximo e de participar activamente na construção duma sociedade mais humana e fraterna.

Dirijo-me, depois, aos responsáveis políticos, pedindo-lhes que ajudem concretamente as famílias e as instituições educativas a exercerem o seu direito-dever de educar. Não deve jamais faltar um adequado apoio à maternidade e à paternidade. Actuem de modo que a ninguém seja negado o acesso à instrução e que as famílias possam escolher livremente as estruturas educativas consideradas mais idóneas para o bem dos seus filhos. Esforcem-se por favorecer a reunificação das famílias que estão separadas devido à necessidade de encontrar meios de subsistência. Proporcionem aos jovens uma imagem transparente da política, como verdadeiro serviço para o bem de todos.

Não posso deixar de fazer apelo ainda ao mundo dos media para que prestem a sua contribuição educativa. Na sociedade actual, os meios de comunicação de massa têm uma função particular: não só informam, mas também formam o espírito dos seus destinatários e, consequentemente, podem concorrer notavelmente para a educação dos jovens. É importante ter presente a ligação estreitíssima que existe entre educação e comunicação: de facto, a educação realiza-se por meio da comunicação, que influi positiva ou negativamente na formação da pessoa.

Também os jovens devem ter a coragem de começar, eles mesmos, a viver aquilo que pedem a quantos os rodeiam. Que tenham a força de fazer um uso bom e consciente da liberdade, pois cabe-lhes em tudo isto uma grande responsabilidade: são responsáveis pela sua própria educação e formação para a justiça e a paz.

Educar para a verdade e a liberdade

3. Santo Agostinho perguntava-se: « Quid enim fortius desiderat anima quam veritatem – que deseja o homem mais intensamente do que a verdade? ».[2] O rosto humano duma sociedade depende muito da contribuição da educação para manter viva esta questão inevitável. De facto, a educação diz respeito à formação integral da pessoa, incluindo a dimensão moral e espiritual do seu ser, tendo em vista o seu fim último e o bem da sociedade a que pertence. Por isso, a fim de educar para a verdade, é preciso antes de mais nada saber que é a pessoa humana, conhecer a sua natureza. Olhando a realidade que o rodeava, o salmista pôs-se a pensar: « Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que Vós criastes: que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes? » (Sal 8, 4-5). Esta é a pergunta fundamental que nos devemos colocar: Que é o homem? O homem é um ser que traz no coração uma sede de infinito, uma sede de verdade – não uma verdade parcial, mas capaz de explicar o sentido da vida –, porque foi criado à imagem e semelhança de Deus. Assim, o facto de reconhecer com gratidão a vida como dom inestimável leva a descobrir a dignidade profunda e a inviolabilidade própria de cada pessoa. Por isso, a primeira educação consiste em aprender a reconhecer no homem a imagem do Criador e, consequentemente, a ter um profundo respeito por cada ser humano e ajudar os outros a realizarem uma vida conforme a esta sublime dignidade. É preciso não esquecer jamais que « o autêntico desenvolvimento do homem diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em todas as suas dimensões »,[3] incluindo a transcendente, e que não se pode sacrificar a pessoa para alcançar um bem particular, seja ele económico ou social, individual ou colectivo.

Só na relação com Deus é que o homem compreende o significado da sua liberdade, sendo tarefa da educação formar para a liberdade autêntica. Esta não é a ausência de vínculos, nem o império do livre arbítrio; não é o absolutismo do eu. Quando o homem se crê um ser absoluto, que não depende de nada nem de ninguém e pode fazer tudo o que lhe apetece, acaba por contradizer a verdade do seu ser e perder a sua liberdade. De facto, o homem é precisamente o contrário: um ser relacional, que vive em relação com os outros e sobretudo com Deus. A liberdade autêntica não pode jamais ser alcançada, afastando-se d’Ele.

A liberdade é um valor precioso, mas delicado: pode ser mal entendida e usada mal. « Hoje um obstáculo particularmente insidioso à acção educativa é constituído pela presença maciça, na nossa sociedade e cultura, daquele relativismo que, nada reconhecendo como definitivo, deixa como última medida somente o próprio eu com os seus desejos e, sob a aparência da liberdade, torna-se para cada pessoa uma prisão, porque separa uns dos outros, reduzindo cada um a permanecer fechado dentro do próprio “eu”. Dentro de um horizonte relativista como este, não é possível, portanto, uma verdadeira educação: sem a luz da verdade, mais cedo ou mais tarde cada pessoa está, de facto, condenada a duvidar da bondade da sua própria vida e das relações que a constituem, da validez do seu compromisso para construir com os outros algo em comum ».[4]

Por conseguinte o homem, para exercer a sua liberdade, deve superar o horizonte relativista e conhecer a verdade sobre si próprio e a verdade acerca do que é bem e do que é mal. No íntimo da consciência, o homem descobre uma lei que não se impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer e cuja voz o chama a amar e fazer o bem e a fugir do mal, a assumir a responsabilidade do bem cumprido e do mal praticado.[5] Por isso o exercício da liberdade está intimamente ligado com a lei moral natural, que tem carácter universal, exprime a dignidade de cada pessoa, coloca a base dos seus direitos e deveres fundamentais e, consequentemente, da convivência justa e pacífica entre as pessoas.

Assim o recto uso da liberdade é um ponto central na promoção da justiça e da paz, que exigem a cada um o respeito por si próprio e pelo outro, mesmo possuindo um modo de ser e viver distante do meu. Desta atitude derivam os elementos sem os quais paz e justiça permanecem palavras desprovidas de conteúdo: a confiança recíproca, a capacidade de encetar um diálogo construtivo, a possibilidade do perdão, que muitas vezes se quereria obter mas sente-se dificuldade em conceder, a caridade mútua, a compaixão para com os mais frágeis, e também a prontidão ao sacrifício.

Educar para a justiça

4. No nosso mundo, onde o valor da pessoa, da sua dignidade e dos seus direitos, não obstante as proclamações de intentos, está seriamente ameaçado pela tendência generalizada de recorrer exclusivamente aos critérios da utilidade, do lucro e do ter, é importante não separar das suas raízes transcendentes o conceito de justiça. De facto, a justiça não é uma simples convenção humana, pois o que é justo determina-se originariamente não pela lei positiva, mas pela identidade profunda do ser humano. É a visão integral do homem que impede de cair numa concepção contratualista da justiça e permite abrir também para ela o horizonte da solidariedade e do amor.[6]

Não podemos ignorar que certas correntes da cultura moderna, apoiadas em princípios económicos racionalistas e individualistas, alienaram das suas raízes transcendentes o conceito de justiça, separando-o da caridade e da solidariedade. Ora « a “cidade do homem” não se move apenas por relações feitas de direitos e de deveres, mas antes e sobretudo por relações de gratuidade, misericórdia e comunhão. A caridade manifesta sempre, mesmo nas relações humanas, o amor de Deus; dá valor teologal e salvífico a todo o empenho de justiça no mundo ».[7]

« Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados » (Mt 5, 6). Serão saciados, porque têm fome e sede de relações justas com Deus, consigo mesmo, com os seus irmãos e irmãs, com a criação inteira.

Educar para a paz

5. « A paz não é só ausência de guerra, nem se limita a assegurar o equilíbrio das forças adversas. A paz não é possível na terra sem a salvaguarda dos bens das pessoas, a livre comunicação entre os seres humanos, o respeito pela dignidade das pessoas e dos povos e a prática assídua da fraternidade ».[8] A paz é fruto da justiça e efeito da caridade. É, antes de mais nada, dom de Deus. Nós, os cristãos, acreditamos que a nossa verdadeira paz é Cristo: n’Ele, na sua Cruz, Deus reconciliou consigo o mundo e destruiu as barreiras que nos separavam uns dos outros (cf. Ef 2, 14-18); n’Ele, há uma única família reconciliada no amor.

A paz, porém, não é apenas dom a ser recebido, mas obra a ser construída. Para sermos verdadeiramente artífices de paz, devemos educar-nos para a compaixão, a solidariedade, a colaboração, a fraternidade, ser activos dentro da comunidade e solícitos em despertar as consciências para as questões nacionais e internacionais e para a importância de procurar adequadas modalidades de redistribuição da riqueza, de promoção do crescimento, de cooperação para o desenvolvimento e de resolução dos conflitos. « Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus » – diz Jesus no sermão da montanha (Mt 5, 9).

A paz para todos nasce da justiça de cada um, e ninguém pode subtrair-se a este compromisso essencial de promover a justiça segundo as respectivas competências e responsabilidades. De forma particular convido os jovens, que conservam viva a tensão pelos ideais, a procurarem com paciência e tenacidade a justiça e a paz e a cultivarem o gosto pelo que é justo e verdadeiro, mesmo quando isso lhes possa exigir sacrifícios e obrigue a caminhar contracorrente.

Levantar os olhos para Deus

6. Perante o árduo desafio de percorrer os caminhos da justiça e da paz, podemos ser tentados a interrogar-nos como o salmista: « Levanto os olhos para os montes, de onde me virá o auxílio? » (Sal 121, 1).

A todos, particularmente aos jovens, quero bradar: « Não são as ideologias que salvam o mundo, mas unicamente o voltar-se para o Deus vivo, que é o nosso criador, o garante da nossa liberdade, o garante do que é deveras bom e verdadeiro (…), o voltar-se sem reservas para Deus, que é a medida do que é justo e, ao mesmo tempo, é o amor eterno. E que mais nos poderia salvar senão o amor? ».[9] O amor rejubila com a verdade, é a força que torna capaz de comprometer-se pela verdade, pela justiça, pela paz, porque tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (cf. 1 Cor 13, 1-13).

Queridos jovens, vós sois um dom precioso para a sociedade. Diante das dificuldades, não vos deixeis invadir pelo desânimo nem vos abandoneis a falsas soluções, que frequentemente se apresentam como o caminho mais fácil para superar os problemas. Não tenhais medo de vos empenhar, de enfrentar a fadiga e o sacrifício, de optar por caminhos que requerem fidelidade e constância, humildade e dedicação.

Vivei com confiança a vossa juventude e os anseios profundos que sentis de felicidade, verdade, beleza e amor verdadeiro. Vivei intensamente esta fase da vida, tão rica e cheia de entusiasmo.

Sabei que vós mesmos servis de exemplo e estímulo para os adultos, e tanto mais o sereis quanto mais vos esforçardes por superar as injustiças e a corrupção, quanto mais desejardes um futuro melhor e vos comprometerdes a construí-lo. Cientes das vossas potencialidades, nunca vos fecheis em vós próprios, mas trabalhai por um futuro mais luminoso para todos. Nunca vos sintais sozinhos! A Igreja confia em vós, acompanha-vos, encoraja-vos e deseja oferecer-vos o que tem de mais precioso: a possibilidade de levantar os olhos para Deus, de encontrar Jesus Cristo – Ele que é a justiça e a paz.

Oh vós todos, homens e mulheres, que tendes a peito a causa da paz! Esta não é um bem já alcançado mas uma meta, à qual todos e cada um deve aspirar. Olhemos, pois, o futuro com maior esperança, encorajemo-nos mutuamente ao longo do nosso caminho, trabalhemos para dar ao nosso mundo um rosto mais humano e fraterno e sintamo-nos unidos na responsabilidade que temos para com as jovens gerações, presentes e futuras, nomeadamente quanto à sua educação para se tornarem pacíficas e pacificadoras! Apoiado em tal certeza, envio-vos estas refl exões que se fazem apelo: Unamos as nossas forças espirituais, morais e materiais, a fim de « educar os jovens para a justiça e a paz ».

Vaticano, 8 de Dezembro de 2011.

BENEDICTUS PP XVI

Notas

[1] Bento XVI, Discurso aos administradores da Região do Lácio, do Município e da Província de Roma (14 de Janeiro de 2011): L’Osservatore Romano (ed. port. de 22/I/2011), 5.

[2] Comentário ao Evangelho de S. João, 26, 5.

[3] Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate (29 de Junho de 2009), 11: AAS 101 (2009), 648; cf. Paulo VI, Carta enc. Populorum progressio (26 de Março de 1967), 14: AAS 59 (1967), 264.

[4] Bento XVI, Discurso por ocasião da abertura do Congresso eclesial diocesano na Basílica de São João de Latrão (6 de Junho de 2005): AAS 97 (2005), 816.

[5] Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 16.

[6] Cf. Bento XVI, Discurso no Parlamento federal alemão (Berlim, 22 de Setembro de 2011):L’Osservatore Romano (ed. port. de 24/IX/2011), 4-5.

[7] Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate (29 de Junho de 2009), 6: AAS 101 (2009), 644-645.

[8] Catecismo da Igreja Católica, 2304.

[9] Bento XVI, Homilia durante a vigília com os jovens (Colónia, 20 de Agosto de 2005): AAS97 (2005), 885-886.

© Copyright 2011 - Libreria Editrice Vaticana

22 de dez. de 2011

Intercessão para o dia 25/12

Bom dia, irmãos!
A paz de Cristo.
Leitura: Lucas 2,6-14.

Este mês o dia 25 é ainda mais especial para nós, porque recordamos o Cristo menino, presença de Deus em nosso meio. Por isso, neste dia, individualmente, em nossas casas, com nossas famílias possamos silenciar os nossos corações para que eles se tornem manjedouras. Possamos, também , abrir os nossos ouvidos para escutar este Jesus que atualiza neste tempo a nossa esperança, pois ele renova todas as coisas.

Irmãos, domingo passado, nosso diretor espiritual, Pe. Dalmário, fez uma reflexão muito interessante sobre o silêncio, oportuna para o tempo em que vivemos. Ele nos fazia refletir que muitas vezes vivemos no barulho, na agitação, queremos falar o tempo todo e não nos permitimos ouvir. 

Quando silenciamos, nos expomos, ficamos diante as nossas verdades, com o que somos. O silêncio leva a escuta. E quantas vezes não permitimos que Deus fale conosco, não damos espaço para que Ele fale e revele a Sua vontade para nós. A escuta leva a conversão, porque ouvindo a Deus, permitindo que Ele aja nas nossas vidas, seremos verdadeiros cristãos. Desta forma, perceberemos o que ainda nos afasta de Deus, tomamos conhecimento das nossas doenças e iremos buscar as curas através da mudança de vida. E mudança de vida é conversão.

Então, irmãos, que neste natal esta tríade (silêncio, escuta e mudança de vida) sejam as nossas intenções.

Aproveito o momento para desejar um Feliz Natal e um abençoada ano novo.
Deus abençoe a todos.

Beijos


Luana R. Alves
Comissão de Espiritualidade
Ministério Jovem-RCCBrasil

21 de dez. de 2011

Três tipos de Natal

Por Pe. Zezinho, scj

Verifica-se, cada dia com mais clareza, três propostas de Natal na sociedade em que vivemos. Uma é a dos industriais e comerciantes. Com eles está a mídia laica e os agentes de marketing. Fabricam e vendem produtos de Natal e seu garoto propaganda é um velhinho simpático, gorducho, barbas brancas, homem do gelo que vem da pseudo Lapônia com seu carro trenó puxado por renas voadoras, meio avô e meio magnata dos presentes. De bispo que era por volta do século quarto e que ainda é em alguns países com o nome de São Nicolau ou Santa Klaus, em outros tornou-se o Papai Natal ou Papai Noel. Ele tem uma sacola de presentes e realiza sonhos de milhões de crianças. Os adultos já sabem que ele é apenas um símbolo de bondade.

Preste atenção: o rádio e a televisão laicos privilegiam o velhinho. Não falam de quem nasceu, embora ainda falem de Natal; só não dizem Natal de quem. Apresentadores conseguem, por horas e dias a fio, falar da magia do Natal e do Papai Noel sem tocar uma só vez no nome do aniversariante que nasceu há cerca de 2010 ou 2014 anos atrás. Jesus teria nascido alguns anos antes do ano que, no nosso calendário, estabeleceram como o ano 1 de seu nascimento. Notem que escrevo no ano 2009.

Há, depois, o Natal de Jesus divulgado pela mídia religiosa, católicos, evangélicos, pentecostais. Acentuam o Cristo. Alguns deles enfocam o "Menino Jesus". Chegam a pedir que o menino Jesus, que nasce no dia 25 de dezembro, abençoe as famílias". Nada explicam. Passam a idéia de que, perto do fim de dezembro, Jesus volta a ser criancinha. Nem sequer explicam que é apenas um simbolismo, memória de mais de 2 mil anos atrás. Não ensinam que aquele menino não existe mais. Falam como se aquele criança de Belém ainda existisse.

Não oram a Jesus adulto, glorioso no Pai, que um dia foi menino. Seu Jesus que durante o ano é adulto, mas no Natal volta a ser menino. Invocam as bênçãos da criança que Jesus não é mais. Sua catequese não foi progressiva. Esquecem que ele se fez adolescente e jovem, morreu adulto, ressuscitou, ascendeu ao Pai, não voltou a ser criança e não entrou criança no céu. Também não voltará criança para julgar os vivos e os mortos. Enquanto a Igreja no seu catecismo prega um Jesus adulto que deu a vida pela humanidade, eles insistem em anunciar e a orar a um Jesus criancinha. Nem se dão conta do que fazem. Vejo e ouço isso todos os dias na mídia religiosa.

Finalmente há o terceiro Natal. É o dos evangelizados que pensam no que ouvem e lêem. Falam como quem pensou no que anuncia. Não oram ao Menino Jesus. Oram ao Jesus que um dia foi menino e hoje está no céu, gloriosamente adulto e Senhor, para que nos ensine a lidar com os problemas de nosso tempo. Ao festejar um nascimento acontecido há 20 século atrás, oram a quem veio para isso e pedem luzes em favor dos sofredores, do enfermos e dos machucado pela vida e de um mundo mais justo. Três tipos de Natal! Não sei qual foi o seu?

20 de dez. de 2011

Conheça a Música "Deus Ama Você" do Jesus no Litoral!

Gostaríamos de apresentar a juventude do MJ Ceará uma das músicas que marca a história do Jesus no Litoral em todo o país!
Deus ama você é uma forma cantada de aplicar o querigma!
Para conhecer clique aqui

16 de dez. de 2011

Um país mobilizado pela oração!




“Orai então para que o Senhor olhe para o seu povo” (Jd 8,32).


Em 2012, seremos convidados a estar em estado permanente de oração, pela reconstrução das nossas muralhas, uma obra espiritual pela qual a Renovação Carismática Católica do Brasil passa. Será a Mobilização Nacional de Oração!

Cada estado será responsável por pelo menos um dia no mês. Neste período, deverá manter o maior número possível de servos (intercessores ou não) orando em todas as dioceses do Estado, revezando-se de hora em hora. Os núcleos das coordenações estaduais e diocesanas, bem como dos Ministérios, devem prioritariamente participar desta mobilização.

Prepare o seu coração e a sua oração baixe o subsídio completo e entenda melhor o projeto!

Confira a motivação redigida pelo coordenador nacional do Ministério de Intercessão, Luiz César Martins:

A RCC do Brasil está vivenciando um tempo de reconstrução onde todos os seus membros são chamados a olhar para dentro de si mesmos a fim de identificar brechas que precisam ser reparadas pelo Senhor. Ele mesmo está nos concedendo este tempo de reparação onde cada um de nós precisa dar uma resposta bem concreta no sentido de iniciar um projeto de vida que nos levará a uma conversão sincera e progressiva.

Sabemos, no entanto, que o nosso combate espiritual sempre provoca uma reação do inimigo e, por isso, precisamos estar alertas e em posição de batalha. Não podemos de forma nenhuma dar qualquer chance ao maligno e, portanto, é imprescindível a nossa mobilização no sentido de oferecer resistência àquele que investe contra os filhos de Deus.

Quando meditamos o livro de Neemias, podemos ver que, quando souberam que o povo estava determinado em prosseguir na obra da reconstrução e percebendo os progressos já alcançados, os inimigos uniram-se com a intenção de impedir a reconstrução. Logo que Neemias soube da intenção dos inimigos, imediatamente convocou todo o povo para resistir aos ataques e motivou-os para se unirem em oração.

Por isso, a exemplo de Neemias, queremos também convocar todos os carismáticos do Brasil para uma grande Mobilização Nacional de Oração onde cada um dos membros da RCC do Brasil está convidado a iniciar este combate que deve acontecer essencialmente com a oração.

Vamos iniciar a partir do dia primeiro de janeiro de 2012 onde a RCC em cada Estado deverá responsabilizar-se por, pelo menos um dia no mês, manter o maior número possível de servos (intercessores ou não) orando em todas as dioceses do Estado, revezando de hora em hora.

Acreditamos no poder da oração, por isso já glorificamos o Senhor pelos resultados que esta mobilização produzirá em nosso movimento e em nossa vida pessoal.
Louvado seja o Senhor!

Luiz César Martins
Ministério de Intercessão RCCBRASIL

15 de dez. de 2011

A História da RCC - parte 3

3 - A expansão da Renovação Carismática Católica
3.1 Crescimento
O fato de muitos canadenses estudarem em Notre Dame e outras universidades da Região dos Lagos, fez com que a Renovação Carismática fosse levada ao Canadá também em 1967, conhecendo aí um rápido crescimento.

Já em 1968 foi realizado nos EUA o primeiro congresso nacional, com 100 participantes; em 1969, 300; em 1970, 1.300; em junho de 1971, 5.000 e em 1972, 12.000.

Em 1973, aconteceu o primeiro congresso internacional em South-Bend, Indiana, contando com 25.000 participantes e outro em Roma, com 120 líderes de 34 países; em 1974, o segundo Congresso Internacional, em South Bend, reuniu 30.000 participantes vindos de 35 países, estando presentes 700 padres e 15 bispos. Em Roma houve, em 1974, um segundo Congresso, com 220 líderes, vindos de 50 diferentes países. Foi uma preparação para o terceiro Congresso Internacional, realizado de 16 a 19 de maio de 1975, que reuniu 10.000 participantes provenientes de 54 países.(18)

14 de dez. de 2011

Vaticano confirma data da JMJ no Rio

O Vaticano confirmou hoje, 13, a data da visita do Papa Bento XVI ao Rio de Janeiro: Será entre os dias 23 e 28 de julho de 2013, por ocasião da realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013, que reunirá jovens de todo o mundo na cidade maravilhosa. A data oficial foi decidida durante a reunião entre o Pontifício Conselho para os Leigos (PCL), que é o Comitê Organizador Central da Jornada, e a comissão do Comitê Organizador Local (COL) do Rio, que está em Roma desde ontem.

Estão participando pelo COL o presidente da comissão e arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, os dois bispos auxiliares que acompanham mais diretamente a Jornada, Dom Antônio Augusto Dias Duarte e Dom Paulo Cezar Costa, monsenhor Joel Portella Amado, da coordenação geral, e os padres Márcio Queiroz, responsável pela Comunicação, e Renato Martins, responsável pelos Atos Centrais.

Entre as questões estão sendo tratadas está também a escolha da logomarca da JMJ Rio2013. Um concurso foi realizado para a escolha do símbolo oficial e mobilizou pessoas de todo o Brasil e de outros países que enviaram seus trabalhos ao COL. Os melhores desenhos foram selecionados e levados pela Comissão ao PCL, que escolheu a logo finalista. Segundo Dom Orani João Tempesta, em breve será anunciada a data para apresentação oficial da logo.

A comissão retorna ao Rio amanhã e está prevista uma reunião de todos os setores do Comitê para que seja apresentado o que foi ratificado e o que foi retificado do documento de trabalho do COL, que contem os projetos de cada setor.

JMJ

A Jornada Mundial da Juventude é um encontro internacional de jovens para celebrar a mensagem de amor, paz e união pregada por Jesus Cristo. Idealizada pelo beato João Paulo II, o encontro dura aproximadamente uma semana. A última edição da JMJ foi realizada em agosto de 2011, na cidade de Madri, na Espanha, e reuniu cerca de dois milhões de jovens do mundo inteiro.

LIBERADO O SITE DA MISSÃO JESUS NO LITORAL

Confira as novidades e atividades das missões em todo o Brasil através do endereço: jesusnolitoral.com.br





Moção Profética - Diante do mal está o bem

Este versículo do livro do Eclesiástico como todas as outras passagens da Bíblia, nos faz pensar e nos pede um posicionamento perante a vida.

Diante do mal está o bem. Muitas vezes, nos deparamos com o mal na nossa vida, por exemplo, quando alguém propositalmente, para proveito próprio, usando de meios iníquos nos prejudica ou a alguém que nós amamos, ou fala mal de nós, ou nos humilha. Qual seria o bem que está diante desse mal? A NOSSA ATITUDE. Se a nossa atitude for de perdão, se não ficarmos falando mal dessa pessoa aos outros, mas se calarmos em oração, isto é, silenciarmos e pedirmos a misericórdia de Deus para essa pessoa que agiu mal, estaremos colocando o bem diante do mal. E daí, o bem que vem de Deus alcançará a nossa vida. Será o Bem aliando-se ao bem. O Bem com letra maiúscula é aquele que vem de Deus e o bem que reflete esse Bem Maior que vem de Deus é o bem que nós praticamos em resposta ao mal com que nos deparamos.

São Paulo nos exorta em sua carta aos Romanos: “Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem.” (Rm 12, 21)

Portanto, se quisermos o amor e a misericórdia de Deus se derramando sobre nossa vida, não paguemos o mal com o mal. Quem age mal se alia ao mal e cedo ou tarde pagará um preço por isso.

São Pedro nos recorda: “Aqueles que sofrem segundo a vontade de Deus encomendam as suas almas ao Criador fiel, praticando o bem.” (1Pe 4, 19).

Se você quiser ler as profecias que recebemos do Senhor a respeito de pagar o mal com o bem, procure as moções que apareceram no Portal em maio de 2010.

Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL

13 de dez. de 2011

Baixe os materiais de divulgação do Encontro Mundial de Jovens

Site da Comissão da Juventude do ICCRS traz materiais para baixar e espaço de formação para a juventude
A RCC está presente no mundo inteiro e por isso, tem como articulador das suas atividades o ICCRS, que é o Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica.

Este serviço é responsável, junto a RCCBRASIL, de organizar o 1º Encontro Mundial de Jovens, que acontecerá de 10 a 15 de julho de 2012, em Foz do Iguaçu/PR.

Assim como a Renovação do Brasil, o ICCRS conta com uma estrutura de serviço. Entre estes, está a Comissão da Juventude, diretamente ligado à tarefa de realizar o Encontro no Brasil.

No site da Comissão, você pode fazer download dos arquivos para o Mundial de Jovens, em três línguas: português, inglês e espanhol.

Estes materiais auxiliarão na divulgação do encontro. Baixe agora a logomarca, o vídeo, o jingle e ajude-nos a espalhar para todas as nações este grande acontecimento da RCC para o mundo!


12 de dez. de 2011

VAMOS RECRISTIANIZAR O NATAL!



É Natal! Época de festas. Que maravilha! É o momento de montarmos a árvore e o presépio.

Tempo de comércio movimentado e aberto até mais tarde. É preciso pensar nos presentes e ir às compras: vamos comprar brinquedos, comprar roupas novas, sapatos novos (que bom que tem décimo terceiro!!!).

É Natal! Época de comidas típicas! A televisão vai começar aquela maratona das mesmas matérias: que roupa vestir, que maquiagem fazer, o que preparar para a ceia, e depois vai nos ensinar como perder os quilos extras adquiridos nos dias de fartura, vai dar dicas de como curar a ressaca... Tudo tão apropriado...

SERÁ???

Olhemos bem à nossa volta. Por que a festa que deveria ser sinônimo de simplicidade, singeleza, transformou-se neste festival de consumismo? Por que tanto estresse? Por que tanta correria? Por que tanto nervosismo?

Papo de Domingo - 3º Domingo do Advento


“EU NÃO SOU O MESSIAS” 
(Jo 1, 20) 

Olá amigos Sentinelas da Manhã! Chegamos ao terceiro Domingo do Advento! O Natal se aproxima e vai chegando a hora em que a alegria vai tomando conta do ambiente! Festas, confraternização, férias (aliás, bem vindas, hehehe!!!). Mas a principal alegria do Cristão – celebrada neste Domingo – é a de saber que tem um Deus que se faz presente em sua vida. Um Deus que não quis ficar distante, mas quis vir até nós para nos “batizar” nEle, livrando-nos de nosso pecado. E este “batismo” significa uma postura diferente diante da vida...

“Enviou-me para (...) curar as feridas da alma” (Is 1,6)

O rito do Batismo, realizado por João Batista, remontava a antigos banhos rituais judaicos de purificação. Eles surgiram primeiramente como necessidade higiênica, mas aos poucos foram sendo transformados em ritos religiosos que significavam a purificação dos pecados pessoais e coletivos. João Batista pregava este batismo – a necessidade de conversão, purificação e mudança de vida para que se estivesse devidamente preparado para a vinda do Messias.
E qual é o pecado do qual se precisa purificar? O que poderia impedir o encontro com o Messias, que viria para resgatar seu povo? O mesmo pecado que teve início lá no Jardim do Éden, com nossos primeiros pais. Lá, a antiga serpente os aliciou a quererem ser iguais a Deus. Na verdade, desde aquele dia, querer ser deus tem sido a grade tentação humana. Antes de pecarmos precisamos primeiramente dizer para nós mesmos, em nosso interior: “Eu sou deus, não preciso de ninguém superior a mim para me dizer o que fazer ou não. Posso dispor de mim, das coisas e dos outros como melhor me convier”. O pecado de origem nos destrói, destrói as famílias, destrói as sociedades, destrói a natureza, destrói tudo. Não somos Deus – somos limitados pelo tempo, pelo espaço, pela cultura, pela fragilidade... Ser pequeno e fraco é nossa natureza. E essa pequenez torna-se também nossa força, porque nos obriga a buscarmos comunhão com os demais para sobrevivermos. Sozinhos morremos. Juntos, por mais difícil que seja, possibilitamos nossa maior vida e felicidade.
João Batista veio nos alertar que deveríamos nos purificar, porque não seríamos capazes de acolher o Messias se ainda nos considerássemos superiores a tudo e a todos. Seria necessário um banho de humildade para que pudéssemos estar prontos. E foi assim que João agiu e foi este o conteúdo de sua pregação. Seu modo de se vestir e comer (bastante exótico) chama a atenção para sua simplicidade... Sua pregação dura nos exorta... Sua postura nos orienta. Perguntado se seria ele o messias, ele nega – “Eu não sou o Messias”. Mesmo não sabendo direito quem ele era, João Batista sabia claramente quem ele não era: ele não era digno sequer de desamarrar as correias da sandália dAquele que estava para vir. E assim, a antiga ordem, anterior ao pecado de Adão, começava desde já a se refazer... Até ser completamente restabelecida na Cruz e Ressurreição.

“Não sou” (Jo 1,21)

Diante das inúmeras indagações de seus interlocutores, e das muitas respostas negativas de João Batista, uma chama a atenção: “Não sou”... Diante de Moisés, na Sarça Ardente, Deus diz: “Eu sou”. Diante dos soldados que o buscavam no Getsêmani, Jesus diz: “Sou eu”. Interessante resposta! Deus não se define por nada... Deus é... Simplesmente é. Nós apenas participamos da existência infinita, eterna, onisciente e onipresente de Deus. Toda a nossa existência depende radicalmente dEle.
Mas muitos de nós ainda teimam em querer “ser” independentes de tudo e de todos. Não é incomum, ao sermos abordados em nossas atividades evangelizadoras, logo apontarmos para nós mesmos. EU SOU católico... EU SOU deste ou daquele grupo... EU SOU deste ou daquele ministério... (eu, padre, também bato no peito pois teimo em repetir esta postura). Nossas respostas deveriam sempre apontar pra nossa indignidade... Somos nada. E ao mesmo tempo, nossa postura, antes de expor nossas instituições ou a nós mesmos, deve primeiramente apontar para o Senhor, do qual também não somos dignos de desamarrar a correia das sandálias.
João Batista recusou drasticamente os rótulos... Recusou que apontassem para ele. Queria apenas ser aquele que apontava para o Messias. Sua preocupação não era a de que olhassem para ele, mas para o Cristo que vinha. Nós ainda pecamos muito... A Igreja não anuncia a si mesma como conteúdo principal da fé. A Igreja anuncia Jesus Cristo. Ela continua a missão do Batista e aponta para o Senhor, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Enquanto apontarmos para nós, nossos grupos, nossos movimentos, nossas pastorais, nossas comunidades, nós mesmos... Estaremos dando vazão ao Pecado Original, que ensinou o ser humano a confiar apenas em si mesmo. Além disso, ao apontarmos para nós mesmos, nosso nada aparece... Nossa fraqueza transparece. Quantas pessoas se afastam de nossos grupos e comunidades porque esperavam demais da Igreja, porque sonhavam demais com nossos movimentos e pastorais, porque se lhes foi prometido muito de nossas instituições? Nós podemos pouco. Somos falhos, somos pequenos... Se apontamos para Cristo, Ele é o único incapaz de frustrar. Ele É Deus, nós somos pó.

“O próprio Deus da paz vos santifique (...) para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo! (1Ts 5,23)

Jesus está voltando. E mais uma vez o Espírito Santo nos envia para prepararmos o caminho dEle, continuando a missão do João Batista. E mais uma vez, para recebê-lo, teremos que “esmagar a cabeça da antiga serpente” que nos alicia a sermos maiores do que somos. Neste Advento, contemplando já o presépio com um pequeno menino deitado em uma manjedoura, possamos vencer nosso orgulho e acolhermos Aquele que se fez nosso servidor.

Papo de Domingo - 2º Domingo do Advento

“NIVELEM-SE TODOS OS VALES, REBAIXEM-SE TODOS OS MONTES E COLINAS”

(IS 40,4)

Amigo(a) Sentinela da Manhã! Você foi agraciado com este nome pelo saudoso Bem-Aventurado João Paulo II, que, abrindo as portas de nossa Igreja para que a juventude nela adentrasse, enxergou nos jovens a possibilidade de renovação não somente da Igreja, mas de toda nossa sociedade, inundando-a com os valores do Reino anunciado por Jesus. Você é representante não dos “reinos” deste mundo velho, pautado pelo ódio, ganância, violência e outros contravalores que diminuem a potência da vida... Você é “embaixador” do mundo novo – a Civilização do Amor – pela qual Jesus Cristo viveu e morreu para testemunhá-la, ressuscitando para antecipá-la. Você incomoda... E muitas vezes é tido por “chato” e “careta”... Mas não se preocupe! A Civilização do Amor, mesmo que hoje pareça vencida, vai triunfar! Nossa história tem jeito sim, e este mundo tem salvação graças ao nosso Deus, que aposta em você! É sobre isto que nosso Papo de Domingo vai falar!

João Batista – o ser incômodo

João também foi o embaixador de um novo tempo que se inaugurava. E ele também incomodou... Acho que poucas pessoas se sentiriam bem perto dele, à primeira vista. Ele andava pelo deserto. E veja: lá não se toma banho sempre (se não se tem água para beber, imagina pras outras coisas?). Vestia-se com pele de camelo (coisa estranha, não?). Comia gafanhotos (eta estômago!!!). E mais: falava umas coisas desconcertantes...
Ele anunciava um novo tempo, no qual toda “sujeira” de Israel seria limpa. O Messias estava chegando, e pra isso era preciso “limpar a casa”, primeiro do coração, mas também de toda a sociedade israelita. Israel precisava mudar, precisava se preparar para o Messias que viria para julgar e transformar a história daquela gente. Por isso, era necessário abaixar os montes e elevar os vales: ou seja, era necessário endireitar todos os caminhos para que o Cristo viesse mais depressa e não encontrasse empecilhos.
E assim, João implementou um rito que já era vivenciado em Israel há muitos séculos: o banho de purificação que era sinal da limpeza interior (nesses dias João tomava banho, hehehe!!!) Ele recordava o dia da Aliança que Deus selou com Israel na Montanha do Sinai. Lá, Moisés mandou o povo se purificar corporalmente (tomar banho) como sinal de preparação e purificação para a vinda do Senhor no alto do monte. João fazia o mesmo: Deus vai intervir na história, porque Ele deseja um tempo novo... E é preciso estar preparado, não deixar que algo o impeça, converter-se e abrir-se para o Reino Novo que será inaugurado. Então era preciso “banhar-se” exteriormente e interiormente, individualmente e, se possível, toda a sociedade. E então João ganhou o seu apelido: o “batizador”.

O que isso tem a ver com o Advento? E com as Sentinelas da Manhã?

O Tempo do Advento, que iniciamos Domingo passado, celebra a bondade do Deus de João Batista. Ele realmente veio. Não se esqueceu de seu povo... Em Jesus Cristo, Senhor Nosso, Deus “julgou” Israel com sua misericórdia, ensinou-o a viver em profundidade a Aliança selada no Monte Sinai, e, em seu sangue derramado na Cruz, selou a nova e eterna Aliança, não somente com Israel, mas com toda a humanidade, inaugurando, para todos os povos, o início de um novo Reino: não o dos homens, mas o de Deus mesmo – a Civilização cuja única lei seria o Amor.
E Deus fez história na nossa história... E Ele mesmo disse e provou que nosso mundo tinha jeito sim! E Ele prometeu que um dia tornaria definitivo este Reino e que implantaria definitivamente esta nova Civilização, da qual sua Igreja se faria porta-voz e primeira testemunha. Ele veio... E prometeu voltar.
E é aqui, neste ponto da História de Amor e Salvação que Deus construiu conosco, que você, Sentinela da Manhã, começa a se compreender, e a entender sua missão. Você é o novo “João Batista” da Segunda Vinda de Jesus. Você é quem anuncia e testemunha o Retorno do Senhor, para tornar definitivo o Reino que Ele anunciou. Você vive já a Civilização do Amor que ainda não se estabeleceu em definitivo em nossas sociedades, mas que Deus mesmo promete fazer acontecer.

É por isso que você incomoda tanto...

Você, assim como João Batista, fez uma forte experiência com um Deus que mudou a sua história pessoal. Ele lhe banhou no dia de seu Batismo e lhe fez participante de sua Igreja. Ele lhe banhou também com seu sangue de amor, e fez com que sua vida ganhasse sentido e que sua história se encontrasse com a história daqueles que se dispuseram a viver desde já a Civilização do Amor que Ele inaugurou. E Ele tem "vindo" até você todos os dias, em sua Palavra de Amor, nos seus irmãos, nas pessoas que precisam de sua ajuda, na Eucaristia que você participa. Ele tem colocado a sua Palavra em seus lábios e você não aguenta ficar um só dia sem falar dEle e de seu amor. E Ele tem lhe enviado como missionário a lugares que você nem imaginava que algum dia estaria...
Ele lhe fez seu novo "João Batista"! A diferença é que você toma banho (assim espero, hehehe!!!), veste-se como seus amigos, come comida normal e JÁ SABE QUE DEUS VEIO A PRIMEIRA VEZ. Você conhece o Evangelho. E o experimentou concretamente. E mesmo que ainda precise de conversão em alguns (ou muitos) pontos de sua vida, você já aplainou os caminhos do Senhor e elevou os vales para que Ele viesse até você. E Ele confiou em você... Ele aposta que você é capaz de ajuda-lo na nova missão de tornar definitivo o Reino de Amor que Ele iniciou na sua primeira vinda. E Ele deseja que você prepare a sua segunda vinda...
E aí que você se tornou o novo "chato" pra este mundo. Porque você, com sua vida, com seu jeitão e com sua Igreja, tornaram-se aqueles que dizem que às coisas irão mudar, e já começaram! Você olha pra tantas situações de trevas e desamor e diz que isso já tem seu fim declarado. Você vê que está escuro, mas anuncia que não vai ser sempre assim, porque você já sente os raios de luz do Sol Nascente - o Ressuscitado - que vem definitivamente estabelecer o sentido da história - aproveitando às coisas boas que seus irmãos edificaram em sua história e eliminando de vez toda dor e pranto, enxugando definitivamente toda lágrima de nossos olhos.
Você incomoda especialmente aqueles que vivem do mal que fazem. Aqueles que estão muito bem acomodados e confortáveis com este mundo de dor... Você incomoda realmente aqueles acham que o mal não vai acabar. Você incomoda porque acredita na história, acredita que o mundo tem jeito, acredita que um mundo novo é possível.

Sentinelas da Manhã em torno do Altar

Profeticamente, o Espírito Santo, pela boca João Paulo II, lhe apelidou não de "Batista", mas de Sentinela da Manhã, porque, mergulhado em Cristo, você é quem está apontando pro Cordeiro de Deus que desce do Céu pra tirar definitivamente o pecado do mundo. Não tema assumir seu posto! Não tema fazer parte dessa história nova! Você vive já o mundo novo que será, um dia, definitivo não só para você, mas para toda humanidade.
É por isso que nos reunimos na Eucaristia! Ela é presença e ausência. É saudade e reencontro. É o Reino cumprido em Jesus e antecipado em sua vinda definitiva! Aquele que virá, já veio e está vindo... Ele nunca nos abandonou de verdade. Que você não tenha medo, amigo Sentinela da Manhã... Não há outro(a) pra ajudar o mundo a aplainar as montanhas e elevar os vales pra Jesus vir vindo aos pouquinhos e, logo, em definitivo pra estabelecer em definitivo a sua e nossa Civilização do Amor.

3 de dez. de 2011

A História da RCC

Dando continuidade ao texto publicado no dia 19 de novembro passado, gostaríamos de apresentar aqui o segundo trecho da história da RCC no mundo. Confira!

2 - O nascimento da Renovação Carismática Católica.
A Renovação Carismática Católica, ou o Pentecostalismo Católico, como foi inicialmente conhecida, teve origem com um retiro espiritual realizado nos dias 17-19 de fevereiro de 1967, na Universidade de Duquesne (Pittsburgh, Pensylvania, EUA).(13)

Em uma carta enviada dois meses após (29 de abril de 1967), a um professor, Monsenhor Iacovantuno, Patti Gallagher, uma das estudantes que participou do retiro, assim relatou o que aconteceu naqueles dias:

Tivemos um Fim de Semana de Estudos nos dias 17-19 de fevereiro. Preparamo-nos para este encontro, lemos os Atos dos Apóstolos e um livrinho intitulado "A Cruz e o Punhal" de autoria de David Wilkerson. Eu fiquei particularmente impressionada pelo conhecimento do poder do Espírito Santo e, pelo vigor e a coragem com que os apóstolos foram capazes de espalhar a Boa Nova, após o Pentecostes. Eu supunha, naturalmente, que o Fim de Semana me seria proveitoso, mas devo admitir que nunca poderia supor que viria a transformar a minha vida!

Durante os nossos grupos de discussão, um dos líderes colocou em tela o fato de que nós devemos confirmar constantemente os nossos votos de Batismo e de Crisma, assim como devemos ter a alma mais aberta para o Espírito de Deus. Pareceu-me curioso, mas um pouco difícil de acreditar quando me foi dito que os dons carismáticos concedidos aos apóstolos são ainda dados às pessoas nos dias atuais – que ainda existem sinais do poder divino e milagres – e que Deus prometeu emanar o seu Espírito para que se fizesse presença a todos os seus filhos. Decidimos, então, efetuar a renovação dos votos de Batismo e de Crisma como parte do serviço da missa de encerramento, no domingo à noite. Mas, no entanto, o Senhor tinha em mente outras coisas para nós!...

No sábado à noite, tínhamos programado uma festinha de aniversário para alguns dos colegas, mas as coisas foram simplesmente acontecendo sem alternativa. Fomos sendo conduzidos para a capela, um de cada vez, e recebendo a graça que é denominada de Batismo no Espírito Santo, no Novo Testamento. Isto aconteceu de maneiras diversas para cada uma das pessoas. Eu fui atingida por uma forte certeza de que Deus é real e que nos ama. Orações que eu nunca tinha tido coragem de proferir em voz alta, saltavam dos meus lábios. (...) Este não era, pois um simples bom fim de semana, mas, na realidade, uma experiência transformadora de vida que ainda está prosseguindo e se desenvolvendo em crescimento e expansão.

Os dons do Espírito já são hoje manifestados – e isto eu posso testemunhar, porque tenho ouvido pessoas orando em línguas, outras praticam curas, discernimento de espíritos, falam com sabedoria e fé extraordinárias, profetizam e interpretam.

Eu, agora, tenho certeza de que não há nada que tenhamos de suportar sozinhos, nenhuma oração que não seja atendida, nenhuma necessidade que Deus não possa cobrir em sua riqueza! E, no depender dele e louvá-lo com fidelidade, eu sinto uma tremenda sensação de liberdade.

Podemos tentar viver como cristãos, morrendo para nós mesmos e para o pecado, mas esta será uma luta desanimadora se não contarmos com o poder do Espírito. Ainda existem tentações e problemas, mas agora tenho a certeza e a confiança em Deus, agora ele me dá segurança. Realmente, transforma-me a viver nele. É verdade que na Crisma, nós recebemos o Espírito Santo e que nós somos seus templos, mas nós não nos abrimos o suficiente para receber em nossas vidas os seus dons e o seu poder. É certo que o Espírito Santo é o nosso professor: eu dele aprendi tanto e em tão pouco tempo!

As Escrituras vivem! Amém! Eu estou segura de que jamais poderia ter acumulado por minha própria conta tanto conhecimento, apesar de todo o esforço desenvolvido, e com as melhores intenções que tivesse.

(…) Eu me vi, de repente, conversando com as pessoas sobre Cristo, e, vendo desde logo o resultado desse trabalho! Eu jamais teria ousado fazer essas coisas no passado, mas agora, é ao contrário: é impossível deixar de fazê-lo. É como disseram os apóstolos depois de Pentecostes: “Como podemos deixar de falar sobre as coisas que vimos e ouvimos!" (…)(14) .

Estas notícias se divulgaram rapidamente, causando um grande impacto no meio religioso universitário. O “Fim de Semana de Duquesne”, como ficou mundialmente conhecido este retiro, tem sido geralmente aceito como o ponto de partida que deu origem à Renovação Carismática Católica, cuja abrangência estender-se-á, num curto período de tempo, por um grande número de países.

A experiência inicial vivida nestas universidades, caracterizada por um reavivamento espiritual por meio da oração, da vida nova no Espírito, com a manifestação dos seus dons, tomará corpo, transpondo rapidamente o ambiente onde foi originada.

Através das reuniões, seminários e encontros, em breve, aparecerão grupos de oração noutras universidades, paróquias, mosteiros, conventos, etc. Os testemunhos multiplicam-se, vindos dos mais variados grupos de pessoas: operários, ex-presidiários, professores, religiosos das mais diversas ordens.

Kevin e Dorothy Ranaghan ainda registram um aspecto pouco divulgado desta história inicial da Renovação Carismática:

Nossa suspeita de que essa experiência de renovação, que agora estava espalhada, não era nova para os católicos americanos, foi confirmada, quando ouvimos notícias ou recebemos cartas de pessoas ou grupos de católicos ao redor do país. Da Flórida, Califórnia, Texas, Wisconsin, Massachusetts, tivemos notícias do trabalho calmo do Espírito Santo no decorrer dos anos(15) .

Portanto, embora os primeiros momentos da Renovação tenham se dado em torno do retiro de Duquesne e apesar de estarem os americanos igualmente presentes no seu nascimento em diversos outros países, seria falso atribuir a expansão da Renovação Carismática unicamente à sua influência. Como afirma Monique Hébrard, a Renovação Carismática “explodiu quase ao mesmo tempo em todos os cantos da terra e em todas as igrejas cristãs, sem que se saiba muito bem como é que o fogo se ateou”(16) .

Para o Cardeal Suenens isto também despertou uma curiosidade, ou seja, “sem nenhum contato entre si, parece que o Espírito Santo suscitou em vários lugares do mundo experiências que, se não são iguais, certamente são semelhantes”(17).

FIQUE ATENTO, POIS NA PRÓXIMA SEMANA PUBLICAREMOS A ÚLTIMA PARTE DESSA FORMAÇÃO!!!

NOTAS:
13-Entre as obras que irão documentar os fatos referentes ao retiro, e a partir das quais se multiplicarão os estudos sobre a Renovação, destacam-se duas: a primeira de Kevin e Dorothy Ranaghan, publicada em 1969 e traduzida para o português em 1972, traz os relatos e testemunhos daqueles que participaram dos eventos iniciais da Renovação. Para os autores o “Fim de Semana de Duquesne” foi “um dos mais notáveis acontecimentos na história do movimento pentecostal no mundo.” (RANAGHAN, K.; RANAGHAN, D. Católicos Pentecostais. São Paulo: O. S. Boyer, 1972, p. 33); a segunda, do Pe. Edward O’Connor, professor de teologia na Universidade de Notre Dame (South Bend, Indiana), publicada em 1971, procurou, não só descrever os acontecimentos, mas também, à luz da tradição católica e cronologicamente muito próxima dos fatos, fazer uma análise teológica sobre a Renovação Carismática. (O’CONNOR, Edward. D. The Pentecostal Movement in the Catholic Church. Notre Dame: Ave Maria Press, 1971).

14-MANSFIELD, Patti Gallagher. Como um novo Pentecostes: relato histórico e testemunhal do dramático início da Renovação Carismática Católica. 3. ed. Rio de Janeiro: Edições Louva-a-Deus, 1995, p. 3.

15-Idem, p. 65-68.

16-HÉBRARD, Monique. Os carismáticos. Porto: Editora Perpétuo Socorro, 1992, p. 9.

17-Cf. SUENENS, Cardeal León Joseph. Movimento Carismático: um novo pentecostes. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1996, p. 84.

2 de dez. de 2011

Angelus Dominical - o Papa fala a Igreja

Faz parte da tradição católica que o Papa recitar a oração do Angelus todo domingo e ler uma pequena mensagem a Igreja Católica. O blog do MJ Ceará vai passar a postar algumas dessas mensagens, especialmente quando tratarem de temas relativos a juventude.
Abaixo segue a mensagem do Angelus lida durante a última Jornada Mundial da Juventude em Madri; um texto lindo, que nos chama a viver plenamente nossa missão de cristãos.


PAPA BENTO XVI
ANGELUS
Base Aérea de Quatro Ventos, Madrid
Domingo, 21 de Agosto de 2011
  
Queridos amigos!
Agora ides regressar aos vossos lugares de residência habitual. Os vossos amigos vão querer saber o que é que mudou em vós depois de vos terdes encontrado nesta nobre cidade com o Papa e centenas de milhares de jovens do mundo inteiro: Que ireis dizer-lhes?

1 de dez. de 2011

Por que, dos 3 Evangelhos sinóticos, apenas o de Marcos não narra o Natal?

Aproveitando a aproximação do Natal, queremos começar a deixar algumas mensagens sobre o tema: Vamos recristianizar o Natal!!!

Inicialmente precisamos perceber que cada Evangelho foi escrito por autores diferentes, em contextos diferentes e para destinatários diferentes. Também convém lembrar que nem sempre utilizaram as mesmas fontes.

Partindo disso, o Evangelho de Marcos apresenta-se como o mais antigo datado entre 66-73 d.C. É destinado aos cristãos de Roma que sofrem com a perseguição e consequentemente estão com a fé abalada. Estando em crise, esperam uma “Boa Notícia”- Evangelho (esta palavra aparece mais neste Evangelho que nos outros – 8 vezes). Desta forma, este evangelista irá se preocupar com o que é essencial à comunidade: anunciar a Boa Nova, Jesus, o Messias, o Cristo (cf. Mc 8,29), que foi fiel até a morte na cruz e ao mesmo tempo exaltado, vitorioso, vencedor.

No começo do Evangelho já se tem proclamações: citação de Isaías (Is 40,3 em Mc 1,3); de João Batista (cf. Mc 1,7) e de Jesus (cf. Mc 1,15) e não pormenores do nascimento e infância de Jesus. O centro deste anúncio é que o Reino de Deus está próximo: Jesus já se manifesta no mundo, atuando pela Palavra, pelas ações miraculosas, exorcismos, etc culminando em sua entrega total.

Quanto aos outros evangelhos sinóticos (Mateus e Lucas), eles se utilizaram de outras fontes, inclusive o próprio Evangelho de Marcos, anexando à mensagem essencial do Evangelho as narrativas importantes do Natal do Senhor, para mostrar que Jesus “Filho de Deus” assim o era desde o nascimento e não só após a manifestação de Jesus nos milagres e na ressurreição.

Portanto, jamais podemos dizer que o Evangelho de Marcos é incompleto, já que retrata Jesus estado no meio de nós. Isso ultrapassa e confirma ainda mais o sentido do Natal.

30 de nov. de 2011

Por uma Juventude bem Formada e Informada!!!

O Ministério Jovem tem o compromisso de evangelizar a juventude, ou seja, levá-la a uma experiência profunda com o Cristo Jesus e ajudá-la a fazer com que esta experiência se aprofunde continuamente. Para isso nós estamos postando uma série de materiais escritos com conteúdos diversos: A História da RCC, as homilias dominicais através do Papo de Domingo com o Pe. Alex, nosso assessor nacional, notícias sobre a sociedade e a Igreja e muitas outras coisas.

Esse esforço tem como objetivo principal atingir a juventude que faz parte do movimento Renovação Carismática Católica em nosso estado e também a todos aqueles que se interessam por estes temas, que falam do cotidiano da vida cristã. Por isso, pedimos a você, nosso irmão internauta, que divulgue nosso blog entre seus contatos, comente nossas postagens e até mesmo nos envie material para que possamos atualizar nosso blog também com aquilo que você acha importante.

Abaixo vamos apresentar um vídeo que nos foi enviado  via fan page do Ministério Jovem.RCC Ceará no Facebook. Confira o Ministério de Artes da Comunidade Católica Tronco de Jessé, na apresentação que conquistou o primeiro lugar no III Festival de Dança Sacra do bairro Ellery, em Fortaleza/Ce. Confira:



Gostaríamos muito que nosso esforço de evangelização pela grande rede chegasse ao conhecimento de toda a juventude carismática do Ceará, pois assim poderemos nos comunicar com agilidade, nos ajudar mutuamente e viver verdadeiramente EM UM SÓ CORAÇÃO!!!


29 de nov. de 2011

Que Bíblia adquirir?

Por Ir jackson, em 15/11/2011 • irnovajerusalem.com.br
Por Marco Antônio*
Esta formação se destina a pessoas que estão se iniciando na leitura ou no estudo da bíblia. Para elas propomos algumas perguntas que sempre nos fazem. Cremos que elas refletem muitas das dúvidas que as pessoas tem quando desejam iniciar uma caminhada na Bíblia.

1-Como escolher uma Bíblia católica?

Quem trabalha com pastoral sempre ouve perguntas do tipo : Qual a melhor bíblia católica? Qual a mais fácil de ler e entender? Qual a melhor bíblia para se usar num círculo bíblico? Que bíblia devo comprar? Não se espante com sua dívida. Elas são muito comuns. É que há, hoje, tantas e tão diferentes edições da bíblia, sejam católicas ou não, que dúvidas, na hora de comprar ou se adotar uma edição da bíblia para um grupo, são normais. Mas propomos alguns passos para a decisão.

PRIMEIRO PASSO:

Como reconhecer se uma bíblia é mesmo católica, ou possui todos os livros adotados por nossa igreja?
Há bíblias editadas por muitas denominações, editoras e instituições cristãs. Mas nem todas possuem todos os livros bíblicos adotados pela igreja católica. A bíblia católica tem mais sete ( 7 ) livros que as edições de igrejas protestantes. Por que isto? Sempre houve muitas discussões sobre quais livros que se liam entre os judeus eram realmente inspirados por Deus. Isto continuou com os cristãos.

Por que isto?

28 de nov. de 2011

A Filosofia do nosso tempo fez da NEUTRALIDADE perante qualquer valor o seu único dogma aceitável

João Pereira Coutinho (blog do Carmadélio)

A Benetton ainda existe. Quem diria. Caminho pelas ruas e vejo a última campanha polémica da marca: grandes líderes mundiais em beijos apaixonados.

As parelhas são óbvias em sua óbvia diferença ou inimizade. Temos Barack Obama beijando o presidente chinês Hu Jintao. O israelense Benjamin Netanyahu beijando o palestino Mahmoud Abbas. O premiê sul-coreano beijando o ditador norte-coreano Kim Jong-il.

E o Papa Bento 16, claro, que nunca pode ser esquecido nessas ocasiões solenes, beijando com solenidade o imã da Grande Mesquita do Cairo.

A mensagem da Benetton, como sempre, é “simpática”, “leve” e “divertida”: para que tanto ódio quando um beijo cura tudo?

De fato. Se, em 1939, Winston Churchill vestisse Benetton, ele saberia que a melhor forma de lidar com Adolf Hitler não seria derrotá-lo ou eliminá-lo. Seria, simplesmente, beijá-lo.

O problema da campanha da Benetton é que ela revela, de forma cristalina e aparentemente inofensiva, o que existe de ilógico na mensagem pacifista. Porque não há nada de mais ilógico do que a ideia “consensual” de que todos os seres humanos têm igual mérito moral.

Não interessa o que você é. Não interessa o que você faz. Para a Benetton, não existem diferenças entre um democrata e um ditador; não existem diferenças entre alguém que respeita os direitos humanos e quem os nega ou viola.

A Benetton é pacifista. E o pacifismo não discrimina: nunca atribui a nenhum sujeito uma qualidade moral distinta de acordo com a sua conduta ou caráter. Para a Benetton, somos todos iguais: criminosos ou respeitadores da lei; fundamentalistas ou tolerantes – somos todos, numa palavra, beijoqueiros.

Eis, em propaganda publicitária, a filosofia do nosso tempo. Um tempo que fez da neutralidade perante qualquer valor o seu único dogma aceitável. “É proibido proibir!”, dizia-se no maio parisiense de 1968. Hoje, é proibido condenar.

E se as vítimas, ou as famílias das vítimas de alguns desses ditadores ou torcionários, ainda alimentam um grão de ódio pelas injustiças dos carrascos, a Benetton tem um conselho para elas: fechar os olhos, juntar os lábios – e beijá-los.

27 de nov. de 2011

Papo de Domingo - 1º Domingo do Advento

“AH! SE ROMPESSES OS CÉUS E DESCESSES!”
(Is 63,19b)

Olá amigos Sentinelas da Manhã! Anunciamos um novo dia que vem! Uma manhã que não tem ocaso! Um Deus que não quer se isolar de nós, mas que rompe os céus e desce para caminhar conosco do nosso lado! O tempo do Advento nos recorda essa espera constante e este desejo de que nosso Deus não se esqueça de nós, mas venha em nosso socorro! E o mais bonito é que Ele também deseja vir! E de fato vem! Mas, por que Deus tem que vir? O que ele vem fazer aqui?

O filho imprudente...

Todo filho já deve ter feito essa experiência: ser aconselhado pelos pais, não seguir os conselhos, sofrer as consequências da imprudência e, depois de tudo, correr pedindo socorro aos pais que o ajudem a resolver os problemas. Situação enfrentada diariamente por muitos jovens! E como é duro, não é mesmo? Mas muitos de nós agimos assim não apenas com nossos pais... Agimos assim com Deus.

26 de nov. de 2011

#JNLCe - A MISSÃO CONTINUA

Na última semana aconteceram atividades em lugares diferentes em preparação para a Missão Jesus no Litoral. A alegria de anunciar o nome de Jesus está no rosto dessa juventude santa:
O Grupo de Oração Kairós realizou no último final de semana o anúncio do Querigma conforme os moldes do JNL, visitando diversas casas da Paróquia Santíssima Trindade, no bairro José Walter, em Fortaleza.

Além disso, no último dia 15 de novembro houve a segunda formação de missionários na cidade de Camocim, onde acontecerá a 1ª Edição do Jesus no Litoral no Ceará.

Mas não é só isso! No dia 03 e 04 de dezembro estaremos formando mais missionários na diocese de Tianguá, quando participaremos do Congresso Diocesano que acontecerá no município de Viçosa do Ceará. E no dia 11 de dezembro a formação acontecerá mais uma vez na arquidiocese de Fortaleza, agora na casa da Comunidade Católica Misericórdia Divina. (Veja a localização no mapa).

São muitas ações acontecendo simultaneamente e precisamos estar unidos em um só coração para que Cristo seja tudo em todos!


Moções Proféticos - Preocupações exageradas


Quando Jesus nos deixou esse conselho tão sábio de não nos preocuparmos antecipadamente com o futuro, Ele não estava querendo dizer que não devemos nos preparar para o dia de amanhã e fazermos planos para o futuro, mas nos aconselhava a não ficarmos ansiosos e preocupados. O fardo de amanhã, acrescentado ao fardo de ontem e carregado hoje, faz com que desperdicemos energia, fiquemos nervosos e ansiosos e nos impedirá de ver a beleza e as oportunidades que o dia de hoje nos reserva.

19 de nov. de 2011

Conhecendo um pouco da nossa História

Vamos postar toda semana um pouco da história do movimento carismático católico e pra começar, retiramos do site rccbrasil.org.br uma síntese dessa história no mundo. É a partir desta síntese que vamos percorrer outras histórias que fazem parte desse novo capítulo dos Atos dos Apóstolos.


Histórico

1 - Introdução

A Igreja, ao longo de sua história, tem presenciado o surgimento de muitos "despertares"(2) e movimentos de “renovação”. Como observa o conceituado teólogo Heribert Mühlen, em muitos deles “irrompe assim, novamente, a vitalidade pentecostal da Igreja, e isso de um modo nunca previsto”(3).
O "século da Igreja", como foi muitas vezes definido o século XX, já se iniciará sob o signo de uma necessidade: o desejo da presença criadora e libertadora do Espírito.(4)
Em 9 de maio de 1897, o Papa Leão XIII publicou a Encíclica Divinum Illud Munus, sobre o Espírito Santo(5), "lamentando que o Espírito Santo fosse pouco conhecido e apreciado, concita o povo a uma devoção ao Espírito". A leitura, os sermões e livros sobre este documento influenciarão muitas pessoas, estimulando também um número importante de estudos sobre o papel do Espírito Santo na Igreja.(6)
Passadas algumas décadas e convocado solenemente no dia 25 de dezembro de 1961, através da Constituição Apostólica Humanae Salutis, a vida da Igreja contemporânea ficará profundamente marcada pelo Concílio Vaticano II (1962-1965).
Superando a fase apologética defensiva contra o mundo moderno, teve o Concílio o mérito de recolher e direcionar vozes proféticas do século XIX, que buscaram redescobrir a integridade e o ministério da Igreja, bem como movimentos na primeira metade do século XX, entre eles: Movimento Litúrgico, Movimento Bíblico, Movimento Ecumênico, etc., e que traziam um desejo comum: "renovar a vida da Igreja e dos batizados a partir de um retorno às origens cristãs"(7) .
Para seu promotor, o Papa João XXIII(8) , o Concílio deveria ser uma "abertura de janelas" para que um "ar novo e fresco" renovasse a Igreja.
Depois de quatro etapas conciliares, o Papa Paulo VI encerrou o Concílio Ecumênico Vaticano II em uma cerimônia ao ar livre, na Praça de São Pedro, no dia 8 de dezembro de 1965.
Tendo também sido qualificado como o Concílio do Espírito Santo, "O Vaticano II foi um verdadeiro Pentecostes como o mesmo João XXIII havia desejado e ardentemente pedido”(9)

18 de nov. de 2011

Como podemos ter a certeza de que amamos alguém de verdade?

Fonte: blog do Carmadélio


A experiência mostra (por vezes dolorosamente) que nestes casos, nem sempre se consegue ver as coisas de uma forma muito clara. Em todo caso não é muito fácil estar seguro de si mesmo ou dos seus sentimentos, e apoiar-se em provas e sinais muito reais.
Isto se explica pelo fato do amor não ser como uma idéia (definível) ou um fenômeno material (possível de medir), ele está dentro do “campo da escolha”. E portanto, pegando uma frase de S. Boaventura: “A medida do amor – e o seu critério – é o amor”. No entanto existem alguns critérios “práticos” (mas não exaustivos):
Será que eu amo o meu amigo(a), ou antes amo o amor que sinto por ele(ela)? Muitas vezes estamos de tal maneira admirados com o sentimento extraordinário que reveste o amor, que podemos deixar de dar atenção ao outro…
Sendo assim, a pergunta não seria: “será que eu o(a) amo?”, mas sim: “será que eu tenho o desejo de o(a) amar?” (uma vez que o amor não é um sentimento, mas mais uma decisão, uma escolha, um “querer amar”).
Por fim, não esqueçamos que o amor é uma relação entre duas pessoas! Só se pode falar de amor se houver reciprocidade. O melhor meio de verificar se existe ou não, é fazer a pergunta (no momento certo e com tato!) àquele ou àquela que é o objeto das minhas ternas afeições!

17 de nov. de 2011

Moção Profética - Quebra de votos íntimos

“Uma palavra má transtorna o coração; dela vêm quatro coisas: o bem e o mal, a vida e a e morte; sobre estas quem domina de contíguo é a língua.” (Eclo 37,21)
Estávamos orando diante do Santíssimo, e inspirados pelo Senhor, começamos a lembrar de muitas afirmações que fizemos a respeito de nossas vidas que não estão alinhadas com a palavra de Deus, afirmações essas que podem ter caído como um peso de maldição sobre nós.

Lembrei então de um ensinamento que Pe. De Grandis, dos Estados Unidos, nos dava quando falava sobre as palavras que proferimos. Dizia ele que muitas vezes em momentos de dor, ou de desânimo ou de mágoa, ou de profunda tristeza ou movidos por sentimentos de rejeição ou complexo de inferioridade, dizemos coisas que soam como promessas que fazemos a nós mesmos, como votos íntimos que firmamos conosco mesmos. Exemplificando, uma moça que é abandonada pelo namorado por quem está apaixonada diz: “Se não casar com ele não caso com mais ninguém.” Isso vai ter a força de um juramento e, inconscientemente, ela sempre se apaixonará pela pessoa errada ou por alguém que não queira casar com ela. Ou então alguém que perde um ente querido e diz: “Nunca mais serei feliz”. E não será mesmo, pois inconscientemente vai procurar viver de forma a não ter mais alegria e paz no coração. Ou ainda aquela pessoa que diz: ”Sempre fui pobre e sempre serei”. Essa pessoa pode até ter ótimas oportunidades na vida, mas se tiver prosperidade vai dar um jeito de perder tudo para continuar sendo pobre.

Conforme ensinamento de Pe. De Grandis, o que devemos fazer é pedir perdão a Deus por termos falado essas coisas que não estão alinhadas com o seu desejo de bênçãos para nós. A seguir devemos fazer a renúncia desses juramentos, da maneira explicada a seguir. Vamos tomar como exemplo a pessoa que disse que nunca mais seria feliz. Essa pessoa dirá, em voz alta: “Em nome de Jesus , eu retiro essa promessa que fiz de não ser feliz. Clamo o sangue do Senhor Jesus sobre essas palavras e peço a Jesus, meu Senhor e Salvador, que com a sua autoridade e soberania ordene agora que seja quebrado esse juramento e que o poder dessas palavras na minha vida seja desfeito agora para todo o sempre. Agradeço ao Senhor Jesus por me libertar e declaro agora que vou ser feliz porque Jesus veio para me dar vida abundante”. Depois disso, louvar a Deus sempre que se lembrar e agradecer-lhe pela libertação obtida. Dizer também com freqüência: “Daqui para frente serei muito feliz porque abri as portas da minha vida para receber todos os bens que Deus tem preparados para mim”. A moça que disse que jamais casaria vai dizer que retira a promessa de não casar e que está aberta para receber com gratidão e alegria um marido se Deus assim o quiser. A pessoa que disse que sempre seria pobre vai quebrar esse voto, retirar as palavras que disse e vai dizer agora que está aberta para receber todos os bens que a providência de Deus lhe der. E assim por diante, conforme o voto íntimo que tenha sido feito.

Essa é uma poderosa oração de libertação que trará muitas bênçãos para as nossas vidas se for feita com fé no poder do nome e do sangue de Jesus e também com confiança no amor de Deus que sempre quer o melhor para cada um de seus filhos e filhas.

Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL

Uso inaceitável da imagem do Santo Padre

"Uso inaceitável da imagem do Santo Padre" - protesta porta-voz do Vaticano e empresa retira imagem do Papa de campanha publicitária


Segundo o jornal italiano Avvenire, uma empresa transnacional de moda decidiu retirar uma das imagens de sua nova campanha publicitária lançada nesta quarta-feira, 16 de novembro. A imagem sugeria um beijo entre o Papa e o Imã egípcio Al Azhar. A assessoria da empresa afirmou que lamenta que a utilização da imagem do Papa e do Imã tenha ferido a sensibilidade dos fiéis e que para confirmar esse sentimento, eles decidiram retirar a imagem de todas as publicações.
Protesto da Santa Sé


A santa Sé manifestou, na tarde desta quarta-feira, um "decidido protesto pelo uso inaceitável da imagem do Santo Padre manipulada e instrumentalizada no quadro de uma campanha publicitária com finalidade comercial”. “Trata-se de uma grave falta de respeito ao Papa”, explicou o porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi, e de “uma ofensa ao sentimento dos fiéis, de uma demonstração evidente de como no âmbito da publicidade se pode violar as regras elementares de respeito pelas pessoas para chamar a atenção por meio da provocação”. Na nota, padre Lombardi anunciou que “a Secretaria de estado está avaliando os passos para serem dados diante das autoridades competentes de modo a garantir uma justa tutela do respeito em relação à figura do Santo Padre”.

Fonte: blog da CNBB


16 de nov. de 2011

Da Intolerância a Acolhida

Fonte: cnbb.org.br

No dia 10 de outubro, a imprensa informou que Juan Pablo Pino, jogador do Al Nasr, na Arábia Saudita, foi preso por exibir uma tatuagem de cunho religioso. O incidente ocorreu quando o atleta passeava com a esposa num shopping de Riad, capital do país. Com uma camiseta sem mangas e a imagem de Jesus à mostra, acabou revoltando as pessoas que estavam no local. A confusão chamou a atenção da polícia, e o rapaz foi preso.

No dia 11, em Roma, o cardeal Leonardo Sandri demonstrou seu pesar pelo massacre de um grupo de 26 cristãos ortodoxos ocorrido no domingo anterior, no Egito: «Estes irmãos ortodoxos, depois de sofrerem o incêndio de sua igreja, quiseram expressar, como quaisquer outros cidadãos, seu desejo de liberdade religiosa e de respeito a seus direitos. Infelizmente, nesta manifestação, encontraram o cálice amargo do sacrifício e da morte. Para todos, é um fato desolador, triste e angustiante. Solidarizamo-nos com a Igreja ortodoxa e com os familiares das vítimas de uma violência sem sentido».

15 de nov. de 2011

O Louvor na luta contra o mal

Fonte: rccbrasil.org.br

“Temei a Deus e dai-lhe glória, porque é chegada a hora do seu julgamento. Adorai aquele que fez o céu e a terra, o mar e as fontes” (Ap 14,7).


O livro do Apocalipse, no capítulo 14, nos fala da luta contra as forças do mal, luta essa que deve ser sustentada pelos eleitos do Cordeiro. Recentemente, recebemos como direcionamento por parte do Senhor os capítulos 13 e 14 do livro do Apocalipse. O capítulo 13 fala da ação do mal no mundo, por exemplo, diz que à Fera, ao Dragão foi dada a faculdade de proferir arrogâncias e blasfêmias contra Deus, para blasfemar o nome de Deus, o seu tabernáculo e os habitantes do céu; e foi-lhe dado também, fazer guerra aos santos e vencê-los. Porém, no mesmo capítulo, a Palavra nos diz: “Esta é a ocasião para a constância e a confiança dos santos”.

A seguir, no capítulo 14, recebemos a orientação de como neutralizar a arrogância e a blasfêmia do Acusador: declarando a vitória do Cordeiro sobre o mal.

Os eleitos do Cordeiro são convidados a unir as suas vozes à voz do coro celeste que canta um cântico novo diante do Trono. Esse cântico novo, o louvor daqueles que são constantes, fiéis e pacientes não pode ser acorrentado, ele tem poder libertador porque declara a verdade: Jesus é Senhor!

Através dessas passagens, somos convocados a retomar o louvor como estilo de vida, o louvor que declara a quem pertencemos e de quem é a vitória na nossa vida.

Retomo uma profecia que já partilhei anteriormente e que recebemos durante um momento de adoração em reunião do Conselho Nacional:

“Convido que passem todos os dias um tempo diante de mim reconhecendo que Eu sou o Senhor, vosso Deus Todo Poderoso, Invencível. Passem um tempo diante de mim reconhecendo a minha vitória, a minha soberania. Esqueçam-se de suas dificuldades e preocupações, de seus problemas e me adorem na minha realeza, na minha onipotência, na minha força poderosa, no meu amor grandioso, ilimitado.”

Que o Espírito Santo nos capacite a dar uma resposta a esse convite ao louvor, resposta essa que vai trazer a vitória de Deus para as nossas vidas e as vidas de todos os que amamos.

Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL

Os Talentos a nós confiados

FONTE: cnbb.org.br


Mais um ano litúrgico está terminando e celebramos neste final de semana o penúltimo domingo – o XXXIII - do Tempo Comum. Os textos da Palavra de Deus desta época nos levam ao tema das últimas coisas e nos fazem pensar sobre a parusia. E o apóstolo São Paulo nos traz de volta à realidade da nossa vida e de nossa existência aguardando a vinda do Senhor. No trecho da segunda leitura, tirada da primeira Carta aos Tessalonicenses (1Ts 5,1-6), fala-nos exatamente do dia do Senhor.

Há no texto um convite claro para a vigilância na espera desse encontro com o Senhor. Existem muitos que discursam sobre o final dos tempos marcando falaciosamente datas. Porém, para nós, o convite nos é dirigido para estarmos preparados cada dia. No início do mês celebramos a comemoração dos fiéis defuntos e rezamos nessa intenção. No domingo passado recordarmos com alegria os nossos irmãos que se encontram na visão beatífica, os santos, e nos alegramos com seus exemplos e intercessão. Porém, é fato também que existe uma cultura que tem causado violências e mortes em nossa sociedade e que nos questiona sobre o sentido que damos às nossas vidas. Essas celebrações e ocorrências nos ajudam a olhar com mais profundidade os nossos caminhos. Nestas terras da Jornada Mundial da Juventude, chamam a nossa atenção algumas mortes precoces de jovens por causa da violência em nosso país, como por exemplo: pela violência oriunda da contravenção, as que ocorrem pelos acidentes de trânsito, as causadas pelos motoristas bêbados, e tantas outras em circunstâncias e detalhes que enchem as páginas de alguns jornais. Com a campanha “contra o extermínio de jovens”, somos chamados a pensar sobre nosso compromisso com a vida e com uma sociedade mais justa. É doloroso ver os nossos jovens enveredados por tantos caminhos que só levam à infelicidade e morte. Porém, diante de tantas ocorrências somos chamados a refletir sobre o último ato da nossa vida. Nossa vida de fé deve ser uma vida ativa e dinâmica, no sentido de que não podemos adormecer sobre a nossa condição, às vezes sem expressão clara da verdadeira fé.

O Evangelho deste domingo (cf. Mt 25,14-30) nos ajuda a examinar nossos caminhos porque fala dos frutos dos talentos recebidos. Deus nos deu uma importante missão, que devemos levar adiante e que identificamos como talentos. Temos o dever de trabalhar para a conquista do Reino de Deus e a sua propagação entre nós. Isso nos foi confiado pelo Senhor. A parábola dos talentos ajuda-nos a assumir um comportamento mais responsável sobre a fé, para vivê-la e repassá-la não somente pela palavra, mas, sobretudo, pelo exemplo de vida. Isso deve ser claro, especialmente para aqueles que vivem sobre o legado do passado, sobre os bens já feitos e executados imaginando que nada mais é necessário hoje. Devemos, porém, estar sempre vigilantes e ativos.

Deus vê o coração, a generosidade, o empenho, a dedicação, a vigilância, o compromisso de cada um de nós. Nessa perspectiva, é muito eficaz o que lemos na primeira leitura deste domingo (cf. Pr 31,10-13.19-20.30-31): o texto é retirado do livro de Provérbios, um dos livros sapienciais do Antigo Testamento, cheio de razões espirituais e morais. É claro que o padrão das mulheres fortes e trabalhadoras, honestas e generosas, que cuidam de sua beleza interior é um exemplo de vida para todos que se preocupam com o destino de sua felicidade terrena e eterna.

A leitura do Evangelho deste domingo mais uma vez insiste na vigilância ativa e sobre a responsabilidade corajosa que devem distinguir quem acolheu a mensagem da salvação. A parábola não deixa de ter um aspecto polêmico: Mateus, obviamente, estava pensando numa comunidade não muito comprometida, que adormece sobre os louros. O servo que se contentou em esconder o seu talento, servilmente fazendo o que ele pensa ser a tarefa do mestre, é chamado de "mau e preguiçoso".

A parábola vai bem além dos padrões morais que encontramos na primeira leitura. Não se trata apenas de valorizar os dons recebidos: o capital que o Senhor nos confiou é, antes de tudo, a Sua Palavra,

que abre horizontes infinitos para as nossas vidas. É também a missão de evangelização, que se refere ao futuro da Igreja e do reino.

O homem da parábola representa o próprio Cristo, os servos são os discípulos e os talentos são os dons que Jesus lhes confia. Por isso, tais dons, além das qualidades naturais, representam as riquezas que o Senhor Jesus nos deixou em herança, para que as multipliquemos. E, em consequência, toda a transformação da sociedade na civilização do amor. Em síntese: o Reino de Deus, que é Ele mesmo, presente e vivo no meio de nós.

A parábola insiste na atitude interior com que acolher e valorizar este dom. A atitude errada é a do receio: o servo que tem medo do seu Senhor e teme o seu retorno, esconde a moeda debaixo da terra e ela não produz qualquer fruto. Isto acontece, por exemplo, com quem, tendo recebido o Batismo, a Comunhão e a Crisma, depois enterra tais dons debaixo de uma camada de preconceitos, sob uma falsa imagem de Deus, que paralisa a fé e as obras a ponto de atraiçoar as expectativas do Senhor.

A realidade salta aos nossos olhos: Sim, o que Cristo nos concedeu multiplica-se quando é doado! Cristo nos oferece, generosamente, um tesouro feito para ser despendido, investido, compartilhado com todos. A mensagem central da liturgia deste domingo diz respeito ao espírito de responsabilidade com que devemos acolher o Reino de Deus – responsabilidade em relação a Deus e à humanidade. Encarna perfeitamente esta atitude do coração a Virgem Maria que, recebendo o mais precioso dos dons, o próprio Jesus, ofereceu-O ao mundo com imenso amor. A Maria Santíssima peçamos que nos ajude a ser "servos bons e fiéis" para que possamos um dia, com júbilo, entrar e participar "na alegria do nosso Senhor, o Cristo Redentor".




Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ