11 de fev. de 2012

Papo de Domingo está de volta!


Olá amigos jovens! Depois de um período de Férias, retomamos nosso Papo de Domingo! Neste ano de 2012 seremos mais e mais provocados pela Igreja a nos prepararmos para a grande celebração da Jornada Mundial da Juventude, próximo ano, no Rio de Janeiro! E as nossas celebrações dominicais são uma grande oportunidade para isso!

Neste final de semana, Jesus Cristo cura o leproso, que se faz anunciador das graças que recebeu do Senhor! E você, quais foram as curas que você recebeu do Senhor? Olhando para nosso mundo de hoje, que curas nossa sociedade ainda precisa receber para que seja mais justa e fraterna, de acordo com o projeto de salvação de nosso Deus?

“Impuro, Impuro!” (Lv 13,45)

Para os israelitas, as doenças físicas eram expressão externa de uma doença interna: o pecado. Sempre que as pessoas adoeciam, perguntava-se sobre que pecados haviam cometido para que fosse castigada por Deus. Como a Lepra é uma doença horrível, ela era considerada como grande castigo por um grande pecado. Por consequência, o leproso era excluído da comunidade.

Tentemos imaginar como era horrível: constatada a Lepra, a pessoa deveria ser excluída de todo convívio social, andar sem poder se arrumar, morar fora das muralhas da cidade, e gritar para quem se aproximasse: “Impuro! Impuro!” Se alguém o tocasse, adquiria sua impureza e precisava cumprir diversos ritos purificatórios.

Era uma verdadeira excomunhão. E não apenas por motivos sanitários, mas por motivos morais. A dor da pessoa enferma era muito grande, porque, além das aflições físicas óbvias, culpava-se interiormente por causa do suposto pecado que havia cometido; sentia a dor de ser afastada das pessoas mais queridas; sentia também a dor da exclusão de seu povo, sem poder se relacionar com os outros, pois se alguém a tocasse, também se tornaria impura, e, portanto, em pecado.

“Eu quero, fica curado!” (Mc 1,41b.)

Jesus Cristo, ao entrar em nossa história, vem recuperar-nos de nossa principal doença: a falta de amor. A cura que Jesus realiza neste Evangelho é sinal de libertação do pecado, readmissão na comunidade, recuperação da auto-estima para aquele homem que, certamente há muito sentia-se punido pela Lepra.

Mas olhemos um pouco mais de perto esta cura... Marcos nos diz primeiro que Jesus teve compaixão: Jesus não apenas curou aquele homem para se livrar dele. Ele se compadeceu. Antes mesmo de realizar o milagre, Jesus sentiu em si o que o pobre leproso sentia. Ele assumiu para si a dor do leproso. Compaixão significa entrar na dor do outro e perceber como é difícil a sua situação. Compaixão exige sensibilidade e capacidade para entender aquele que sofre e, comprometendo-se com ele, dar-lhe as mãos, e, sofrendo juntos, buscar sair juntos da situação.

Além disso, Marcos afirma que Jesus tocou o leproso: ao toca-lo, Jesus assumiu em si a impureza do leproso. Ele mesmo tornou-se impuro pelas leis judaicas. Tem-se aqui a primeira realização da profecia: “Ele carregou sobre si as nossas enfermidades.” Longe de ter uma postura clientelista (tratar o leproso como “mais um cliente” das curas realizadas), Jesus se faz doente para salvar o leproso. Ele se fez “pecado” para retirá-lo da situação em que se encontrava.

A Cruz...

O gesto de tocar o leproso antecipa a Cruz. Nela Jesus assumiu definitivamente todos os nossos males. Foi excluído, excomungado, morrendo fora da cidade como um leproso, cercado de ladrões. Ele não teve medo de tocar nossa realidade. Foi até o fim, tocando nossas feridas, compadecendo-se dos nossos males. E, ao invés de o contaminarmos com nossas impurezas, Ele nos purifica. É assim que Ele nos salva! Ele assumiu o que é nosso, mas não reclamou. Não se revoltou. “Foi maltratado e submeteu-se, não abriu a boca; como cordeiro levado ao matadouro ou como ovelha diante dos que a tosquiam, ele não abriu a boca.” (Is 53,7).

E seu amor tudo venceu! O amor destrói o pecado! Ele, o autor da vida, acolheu nossa morte e nosso pecado, tendo compaixão de todos nós. Naquele lenho havia o pior e o melhor da humanidade: o nosso pior ódio, desprezo e maldade; o melhor amor do Cristo, que aceita e toca no que lhe impusemos, mas decididamente não desiste do amor. E o amor engoliu o ódio... Se a cruz é consequência do pecado, agora tornou-se causa da salvação eterna para todos, porque nela Deus mesmo tocou nossa lepra e com seu amor tornou-se “impuro” para nos purificar em si mesmo. “Por suas chagas nós fomos curados” Se o pecado gerou a cruz, o amor com que o Cristo a tocou venceu o pecado e desarmou sua força.

Discípulos dEle

Nós, a Igreja Jovem do Senhor, somos provocados pelo imenso amor de Deus manifestado na compaixão de Jesus! Se Ele nos amou deste modo, enquanto ainda estávamos “leprosos” no nosso nada, quem somos nós para não nos compadecermos de nosso próximo? Quantas “lepras” atormentam nosso mundo? Quantas pessoas que são colocadas à margem de nossa sociedade, condenadas a serem afastadas dos demais? Quantos jovens nas drogas e na violência clamando por nossa compaixão? E nós, como agiremos?

A próxima Jornada Mundial da Juventude nos há de provocar a olhar não apenas para os jovens que se encontram dentro de nossos grupos de pastorais e movimentos... Precisaremos olhar além, e, compadecidos dos jovens que mais sofrem, levar-lhes a cura da alegria e do amor, expressos em nossa opção comprometida por eles.

Pe Alexsander Cordeiro - Assessor Nacional do MJ

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